Só da Rocinha, maior favela do Brasil com população estimada entre 120 mil e 140 mil moradores, saem estimadas 160 toneladas de resíduos sólidos por dia e o desafio para dar a correta destinação a todo esse material é proporcional ao volume produzido. A empresa de impacto social canadense canadense Plastic Bank que acaba de ganhar novo parceiro, a 3M Brasil. Dona de marcas famosas como Post-it e Scoth Brite, a 3M está aportando US$ 100 mil no projeto de coleta de plástico e incremento de renda de catadores em comunidades costeiras.

Traduzido em volumes, o investimento da 3M pode representar algo em torno de 181 toneladas de plástico recolhidas – o equivalente a 9 milhões de garrafas PET a menos no meio ambiente e alcançar 300 catadores em onze comunidades espalhadas por São Paulo e Rio de Janeiro, segundo as contas de Helena Pavese, country manager da Plastic Bank Brasil. Até o fim deste ano, diz ela, a empresa começa a operar também no Rio Grande do Sul, elevando a soma atual de 4,3 mil catadores cadastrados.

Para a 3M, a parceria ajuda na meta proposta pela empresa de eliminar de suas operações pelo menos 57 mil toneladas de plásticos derivados de petróleo, até 2025. De acordo com o gerente de sustentabilidade da companhia, Marcelo Gandur, são cerca de 500 toneladas de plásticos colocados pela empresa no mercado global todos os anos – principalmente em forma de embalagens de seus produtos.

3M Brasil aporta US$ 100 milhões na Plastic Bank

No Brasil, a 3M faz a compensação de 23%, como determina o Acordo Setorial de Implantação da Política de Logística Reversa, de 2015. E a parceria com a Plastic Bank é uma das estratégias para fazer essa compensação. A redução entre 20% e 25% no volume de plástico utilizado pela 3M, diz Gandur, está apoiada em três frentes: redução específica na utilização desse material, substituição por plástico reciclado e por plástico à base de fonte renovável.

De acordo com estudo da Organização das Nações Unidas (ONU), o plástico representa 85% dos resíduos que chegam aos oceanos. A estimativa da organização é que, até 2040, nada menos que 37 milhões de toneladas desse material estejam boiando nos mares. Além do impacto ambiental, o trabalho da Plastic Bank traz também o social, uma vez que remunera os catadores pelo plástico entregue nos postos de coleta. A empresa, informa Pavese, está presente em sete países – que são escolhidos pelo alto índice de pobreza e pela alta presença desse tipo de material… leia mais em Valor Econômico 25/10/2022