A hora e a vez do colágeno. Depois do M&A de R$ 6,4 bilhões que marcou a compra da catarinense Gelnex pela americana Darling Ingredients e do investimento de R$ 400 milhões da JBS para estrear nesse mercado, um jovem brasileiro de 25 anos também quer disputar esse mercado de gigantes, de olho na crescente demanda das indústrias farmacêutica, cosmética e alimentícia.

André Albuquerque, um empresário que começou a carreira com um negócio de limpeza de vidros e janelas nos Estados Unidos e voltou ao Brasil para fundar a Suplax (indústria especializada na produção de suplementos alimentares para terceiros), acaba de lançar a Acquion.

Erguida em Poços de Caldas, no sul de Minas Gerais, a Acquion é uma fábrica de gelatina e colágeno — dois subprodutos do couro — que já consumiu investimentos de aproximadamente R$ 40 milhões, mas esse é só o começo. A nova empresa vai investir R$ 250 milhões nos próximos anos para se tornar uma referência nacional e (se tudo permitir) também internacional.

A aposta de R$ 250 milhões de um jovem

“Se existirem mais de 12 industrias de colágeno e gelatina no mundo, é muito. As grandes dominam e não têm concorrência, mas deixaram o mercado largado. Não procuram mais inovação”, disse o fundador da Acquion. A ambição dele é chacoalhar a indústria, mudando o patamar de qualidade do colágeno vendido no mercado.

“Construímos a fábrica em um ano e teremos o melhor colágeno em nível de proteína e pureza. Todos os colágenos do mercado têm perto de 90%, mas o nosso chega ao mercado com 99% de pureza e 98% de proteína”, garantiu Albuquerque.

Os recursos para construção da fábrica vieram do capital próprio de Albuquerque e parte de financiamento. Além do jovem empresário, a Acquion conta com outros dois sócios: Rudye Santos, um químico experiente na área (ele trabalhou com colágeno na Rousselot, marca da Darling); e Guilherme Alves, que foi diretor financeiro da rede de academias BlueFit nos últimos seis anos.

Enquanto Rudye vai tocar a parte industrial e de P&D, Alves cuidará das áreas comercial e financeira até que a Acquion defina um CEO. Albuquerque não terá funções executivas porque segue liderando os negócios da Suplax, que é uma operação independente da nova companhia.

Em cinco anos, a Acquion quer chegar a 15% do mercado mundial de colágeno e gelatina. A fábrica começa uma produção de 3 mil toneladas por anos, mas a previsão é atingir 18 mil toneladas por ano até 2023 e 30 mil toneladas em 2025.

Se conseguir emplacar o diferencial da tecnologia que promete mais pureza e proteína, a Acquion estará pronta para voos maiores já no ano que vem, quando espera fazer uma captação com investidores para fazer uma expansão internacional, o que pode incluir fábricas na Europa ou Estados Unidos… leia mais em Pipeline 10/11/2022