A E-volving, uma indústria de produtos de beleza e bem-estar criada nos Estados Unidos por brasileiros para surfar a onda das marcas digitais, vai acelerar os investimentos e prepara a desembarque no Brasil.

Depois de levantar R$ 200 milhões com investidores brasileiros como José Caetano Lacerda, o fundador da GPS, a E-volving montou um parque com três fábricas em Atlanta e laboratórios de P&D que viabilizam a criação de produtos de beleza para marcas parceiras.

Em menos de três anos, a companhia chegou a um faturamento anualizado de US$ 100 milhões, mas a ambição de Marcos Lima, o sócio da gestora Virtù Equity que lidera a E-volving, é dobrar o negócio de tamanho em poucos anos, deixando a companha de beleza pronta para um IPO nos EUA até 2024.

Para levar os planos adiante, a E-volving pretende investir mais US$ 100 milhões em um ano meio, capital que deve ser dinheiro como um novo aporte dos sócios e com dívidas, otimizando a estrutura de capital. Para ajudar nessa tarefa, grupo acabou de trazer Gabriel Silva, que veio do banco de investimentos Nomura, para ser o CFO.

“Não temos dívida externa, mas já comecei a falar com grandes bancos nos EUA para botar alavancagem”, disse Silva, destacando o trabalho braçal que terá nos próximos meses. “Vamos fazer de duas a três aquisições num prazo de 12 a 18 meses”. Com isso, ele espera chegar a um Ebitda de mais de US$ 30 milhões.

A E-volving vai investir

A ideia da E-volving é financiar de 30% a 40% dos novos investimentos com dívida, disse Lima ao Pipeline. Na parte de equity, a companhia já conta com o interesse dos atuais sócios de dobrar a aposta. “Parte do capital que será levantado já está apalavrado e discutido. Há tanto sócios atuais que querem investir mais quanto outros que ficaram de fora e querem entrar”, emenda o CEO.

Com o capital, a E-volving vai apertar o passo nos M&A, principalmente nos Estados Unidos. A intenção é ampliar a infraestrutura oferecida às marcas, o que pode incluir a capacidade de manufatura, mas também tecnologia para e-commerce e marketing digital.

No Brasil, o projeto é replicar o modelo bem-sucedido que construiu no mercado americano. Na estratégia da E-volving, o centro não é ser uma indústria de beleza com as próprias marcas de beleza. A companhia até compra marcas para acelerá-las, mas o grande filão de negócios é a prestação de serviços para marcas digitais, desenvolvendo os produtos sob demanda no laboratório e os fabricanto nas unidades de Atlanta.

Com esse modelo, o fundador da E-volving aposta que a E-volving consegue se diferenciar e atender a um público crescente de empreendedores que vem inovando marcas de beleza — mas não possuem capital para o parque fabril. Normalmente, os laboratórios cobram muito caro e exigem volumes muito altos de pedidos mínimos pra que um produto de beleza seja desenvolvido… leia mais em Pipeline 06/06/2022