Executivo de Estratégia e Novos Negócios aponta que a empresa quer ser provedor de infraestrutura digital compartilhada no Brasil para todas as grandes operadoras e também pequenos provedores

O compartilhamento de infraestrutura de telecomunicações reduz custos do setor e permite às operadoras concentrar foco na melhoria dos serviços ofertados aos consumidores. É nesse modelo de rede neutra que a empresa Highline Brasil, do fundo americano Digital Colony, optou por ingressar no país, de olho no início do 5G em 2021, após fechar, na semana passada, duas aquisições de peso para ampliar suas atividades – a Phoenix Tower e a UPI (Unidade Produtiva Isolada) das Torres do Grupo Oi.

Esse cenário foi traçado pelo diretor de Estratégia e Novos Negócios da Highline Brasil, Luis Minoru Shibata, em entrevista ao Tele. Síntese. Minoru, como é mais conhecido, não tem dúvidas de que a empresa fez um bom negócio ao adquirir a UPI, mesmo que a transação de R$ 1,067 bilhão venha a ser fechada com uma corporação submetida, desde junho de 2016, a um processo de recuperação judicial. E o executivo avisa que esse aquisição não será a última. ” Não é segredo que estamos interessados em outros ativos, além de torres”, afirma.

“Vamos perseguir a ideia de ser um provedor de infraestrutura digital compartilhada no Brasil”, afirmou, ao defender a opção de investimentos na linha de atender todas as grandes operadoras e também pequenos provedores regionais, os  ISP. “O tema central da nossa estratégia  é a democratização dos serviços digitais no país”, afirmou.

Rejeitou a ideia de que a ausência de outros competidores, no leilão das torres da Oi, indique ter concluído uma transação arriscada. Isso porque, antes do leilão de quinta-feira, 26, houve uma fase privada em que a proposta da Highline foi a melhor entre outros interessados e, assim, ganhou o status de “stalking horse” com a condição de cobrir outras eventuais ofertas.

Por isso, o executivo prevê que o trio Claro, Tim e Vivo deve levar o leilão da Oi Móvel, no dia 14 de dezembro, por ter alcançado o mesmo status na fase privada. Ele vislumbra mais negócios com a chegada da nova tecnologia, inclusive no interior do país. “Como o alcance do sinal [do 5G] será mais curto, as operadoras vão precisar de uma quantidade de pontos de presença muito maior que temos atualmente. Isso está acontecendo nos lugares onde o 5G está sendo usado em faixas médias e altas”, pontuou.

Segue a entrevista: Tele.Síntese: Como o senhor avalia o resultado da compra das torres da Oi?.. leia mais em telesintese 30/11/2020