Após desistir de Braskem, Adnoc avança para maior M&A da Europa no ano
Depois de ter desistido de se tornar sócia da Petrobras na Braskem, a Adnoc, petroleira de Abu Dhabi, está mais perto de comprar outro player ligado à indústria de plástico, a química alemã Covestro, nome da antiga Bayer Material Science, listada na bolsa de Frankfurt.
As duas companhias avançaram após a Adnoc concordar em aumentar sua oferta de 60 para 62 euros por ação (o equivalente a 14,4 bilhões de euros), uma negociação que começou com uma proposta de 55 euros por ação. Na manhã desta segunda-feira, a ação da Covestro reagia em alta, com valorização de 5,66% por volta das 11h30, a 54,14 euros.
Se for fechada nesses termos, será a maior aquisição da Europa em 2024 e a maior compra em dinheiro da história do setor químico. O valor, porém, pode subir ainda mais. Segundo a Covestro, a oferta de 62 euros é o “ponto de partida” para se chegar a um acordo, ao considerar que só agora as duas empresas entraram em um estágio de “negociações concretas.” Um dos focos de preocupação da Covestro é se sua estratégia de sustentabilidade seria prejudicada sob controle da Adnoc.
“Fizemos bons progressos nas nossas discussões com a Adnoc”, disse Markus Steilemann, CEO da Covestro, em comunicado. Disse, porém, que ainda “não há certeza” sobre se as conversas levarão a uma venda. As companhias confirmaram que devem iniciar a fase de diligências.
A Covestro fazia parte da Bayer até 2015, quando se tornou uma empresa independente para dar início a um processo de IPO, deixando de ter um controlador e mudando também o seu nome. Produtora de químicos usados na cadeia do plástico, a empresa tem entre seus concorrentes a BASF e a própria Braskem, além da saudita Sabic, que chegou a se interessar pela Braskem.
As conversas entre Adnoc e Covestro, aliás, tiveram início no ano passado, quando a Adnoc ainda estava avaliando a compra da fatia da Novonor (ex-Odebrecht) na petroquímica brasileira (o que a tornaria sócia da Petrobras), demonstrando um ímpeto para aquisições que reflete o seu esforço para diversificar o seu negócio para gás, produtos químicos e energias renováveis.
As negociações chegaram a atingir um estágio avançado, entrando na fase de diligências e de avaliação de risco geológico, mas a Adnoc desistiu do negócio em maio, após a Braskem se tornar alvo de uma CPI em Brasília, em razão do desastre ambiental em Maceió, com o colapso de uma mina de sal-gema decorrente da exploração pela companhia. Como o risco político é mais difícil de…. leia mais em Pipeline 24/06/2024