A agtech Seedz, plataforma que conecta diferentes atores da cadeia produtiva do agronegócio, anuncia nesta quarta-feira (7/12) uma rodada de investimento Série A de US$ 16,5 milhões (aproximadamente R$ 100 milhões). A captação foi liderada pela Alexia Ventures e contou com a participação de VOX Capital, Volpe Capital, The Yield Lab, Tridon, 10b, Endeavor Scale-Up, Parceiro Ventures e investidores individuais. Atualmente, a startup atende mais de 80 mil agricultores, 15 mil profissionais do setor e mais de 1,2 mil empresas, e registra crescimento de mais de 300% ano a ano.

Fundada em 2017 por Matheus Ganem e Daniel Rosa, a Seedz é um ecossistema digital de ponta a ponta, que surgiu para tentar fechar o gap de oportunidades para empresas e agricultores criado pela falta de integração de dados na cadeia do agro. A partir da ferramenta, empresas podem integrar e analisar seus dados com o pagamento de uma mensalidade. “É 100% agro. Conseguimos traduzir dados em insights e temos a oportunidade de ir além dos domínios das próprias empresas trazendo informações do setor como um todo”, explica Ganem, CEO da startup. Já os produtores têm acesso a uma plataforma de vendas com programa de fidelização. Ao fazer compras, recebem cashback em moedas Seedz, que podem ser trocadas por dinheiro ou utilizadas para investir em produtos ou serviços das companhias parceiras – nomes como Upl, Sinagro, Mosaic e John Deere utilizam a solução.

Agtech Seedz capta US$ 16 5 milhões
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A startup havia levantado uma rodada seed no ano passado, de valor não revelado, com nomes que retornaram para a nova captação, como 10b, Volpe Capital, The Yield La e Tridon Participações. De acordo com o CEO, a ideia inicial não era buscar capital neste ano – o fluxo de caixa da Seedz é positivo –, mas alguns investidores individuais apostaram na ideia e não conseguiriam participar da captação se ela acontecesse no próximo ano. Com a rodada sólida, os fundadores decidiram seguir em frente, apesar do cenário menos favorável para investimentos.

Ganem afirma que o capital levantado agora será investido em três frentes: internacionalização da operação; aquisição de empresas que forneçam tecnologias que atendam os clientes da Seedz; e serviços financeiros, como o fornecimento de crédito para os produtores. Os M&As já estavam no radar desde o ano passado. Com o dinheiro do último aporte, a startup realizou duas aquisições: da Atomic Agro, de planejamento de safra; e da Perfarm, software de gestão e finanças para fazendas.

No que diz respeito a serviços financeiros, o CEO diz que essa é uma estratégia de longo prazo. Ele conta que a startup passou boa parte do ano analisando o seu produto e entendendo como criar mais valor. Atualmente, os agricultores possuem um canal para solicitar crédito e organizar os prazos de pagamento e um time dedicado ao atendimento desses clientes, seja para ofertar crédito via Seedz ou por instituições parceiras – Ganem não quis abrir números sobre essa operação.

“Vamos fazer aos poucos, possivelmente desenvolvendo produtos próprios, como Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC) e Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro). O agro brasileiro cresce mais do que a nossa capacidade de financiá-lo. Percebemos que estamos em uma posição interessante para contribuir com isso também”, pontua — segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), estima-se que o agro represente 25,5% do PIB brasileiro em 2022.

Presente em outros 10 países — como Paraguai e Argentina — a partir de clientes multinacionais que têm aqui, a Seedz agora pretende disponibilizar as soluções para empresas sem relação com o Brasil. Ao longo dos próximos meses, a ideia é tornar o produto acessível de forma mais ampla, inicialmente para países da América Latina… leia mais em PEGN 07/12/2022