A alta da inflação em 2020, com projeções acima de 4%, deve fazer com que o Banco Central (BC) eleve os juros de forma significativa. A análise é da gestora de recursos SPX Capital.

Em carta direcionada aos cotistas do fundo multimercado Nimitz, a gestora afirmou que o BC tem conduzido a política monetária brasileira de “maneira extremamente frouxa”. 

Para a SPX, o que antes já era “incompatível com os desafios da estabilidade financeira”, agora já é “questionável do ponto de vista do regime de metas de inflação”. Por isso, deverá alterar o guidance e elevar os juros.

Diz, ainda, que quando o Banco Central reduziu a Selic para 2% e instaurou o forward guidance, o contexto era de projeção de 2% para a inflação do ano, “com risco de desancoragem para baixo das expectativas de médio prazo”.

Agora, de acordo com Rogério Xavier, da SPX, as projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) superam os 4%, podendo chegar a até 6% no segundo trimestre de 2021. Com isso, devem apresentar forte alta ao atingirem níveis semelhantes aos anteriores à aprovação da Reforma da Previdência.

Alta da inflação e curva do juros

A empresa aponta que a pressão inflacionária não se limita aos alimentos. Para eles, a pressão, aliada à “leniência do BC em combater os efeitos secundários do choque de preços”, vêm sendo responsável pela aposta na alta das taxas na parte curta da curva de juros no portfólio da SPX.

Ainda conforme a análise da SPX, diante do cenário de alta da inflação, “o mercado de juros precifica altas expressivas no futuro”. Além disso, o mercado de ações ainda “seguirá na esteira positiva das bolsas internacionais”. Contará, ainda, “com a manutenção de juros reais baixos no Brasil por muito tempo – diametralmente oposto ao mercado de juros” Rodrigo Salgado Leia mais em idinheiro. 09/12/2020