A Amil deverá ser obrigada a reassumir definitivamente os 340 mil contratos de planos de saúde individuais que tinham sido transferidos, em janeiro, para a APS – Assistência Personalizada à Saúde, operadora também do UnitedHealth Group. Segundo fontes próximas à operação, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deve bater o martelo hoje numa reunião extraordinária da diretoria.

E a Amil não deve recorrer da decisão. A orientação dentro da operadora, segundo fontes, é acatar a decisão da agência reguladora.

Em 5 de abril, a Diretoria Colegiada da ANS determinou, em medida cautelar, que a operadora Amil reassumisse e se mantivesse como responsável pela carteira de planos individuais e familiares que haviam sido transferidos para a APS. A decisão de hoje será a definitiva. A medida também impedia a negociação do controle da APS.

Há uma avaliação interna na Amil que a transferência da carteira para a APS já com vistas a mudança do controle acionário, como foi apontado pela análise da ANS, foi atabalhoada e repercutiu mal para a imagem da empresa.

Toda a operação teria sido montada nos Estados Unidos com pouca participação da gestão nacional da operadora.

Amil deve reassumir em definitivo

Em dezembro, a Amil solicitou à ANS a autorização para a transferência da carteira de usuários individuais da operadora de Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná para a APS. A transferência foi consumada em 1 de janeiro, tendo como garantia que, por se tratar de empresa do mesmo grupo, não haveria prejuízos para os consumidores.

Em fevereiro, no entanto, um grupo formado por Fiord Capital, Seferin & Coelho e Henning Von Koss fechou um acordo com a Amil para assumir o controle da APS.A transação teria aporte de R$2,4 bilhões da Amil, incluindo ainda a transferência de quatro hospitais. E o plano dos novos controladores era dobrar a carteira em dois anos.

Sem Capacidade Financeira

No entanto, a transferência de controle da APS aos novos sócios não foi informada ao regulador, o que levou a ANS a suspender, em 8 de fevereiro, a operação. Segundo a agência, apenas no dia 14 de março foram entregues as documentações pendentes pelo grupo que pretende assumir o controle da APS. Na análise dos documentos, a reguladora concluiu que “os compradores das quotas da APS não têm capacidade financeira suficiente para garantir o equilíbrio econômico-financeiro da operadora”.

Além disso, a agência registrou aumento de queixas de usuários dos contratos, como redução da rede credenciada, dificuldade na comunicação com a operadora, o que levou a ANS a pedir a Amil um plano de ação e monitoramento… leia mais em Capitólio 29/04/2022