A compra custou R$ 320 milhões, num negócio recém-aprovado pelo Cade

A partir do mês que vem, a Anima Educacional, um dos principais grupos de ensino superior privado do país, vai colocar, enfim, os pés no disputado mercado da capital paulista.

Em julho, a empresa inicia o processo de integração da Universidade São Judas Tadeu, comprada por R$ 320 milhões, num negócio recém-aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, o diretor presidente da companhia, Daniel Castanho, disse que o objetivo é construir novos campi em áreas onde a São Judas é conhecida. Ao mesmo tempo, a Anima segue buscando novas aquisições.

O grupo já é dono das universidades Una e Unibh, de Belo Horizonte, além da Unimonte, de Santos. A Anima também tem 50% de participação na HSM, instituição de educação corporativa que tem como outro proprietário o Grupo RBS.

Atualmente, a São Judas tem duas unidades em São Paulo e 25 mil alunos. Multiplicar esses números não é tarefa tão fácil já que a cidade é considerada uma das mais competitivas para as empresas de ensino privado.

Entre as líderes em número de alunos estão gigantes como a americana Laureate, dona da Anhembi Morumbi e da FMU, a Unip, e a Anhanguera.

“O que queremos é ser uma instituição da mais alta relevância em São Paulo e ela pode estar em mais regiões da cidade”, disse Castanho.

Expansão

A estratégia da Anima, por enquanto, foi mapear pontos que teriam potencial para receber unidades novas. A ideia é reproduzir na São Judas a expansão feita em outra de suas marcas, a Una, de Minas Gerais.

A instituição, comprada em 2003, saiu de dois campi e menos de 4 mil alunos para uma estrutura com dez campi e aproximadamente 30 mil estudantes.

A tarefa, disse o executivo, deve ser relativamente mais simples em São Paulo do que foi em Minas, já que a Una tinha problemas financeiros e precisou de uma reestruturação enquanto a São Judas não tem problemas.

Com faturamento de R$ 182,8 milhões no ano passado, a instituição lucrou R$ 26 milhões.

Como o processo de expansão pode levar tempo, a Anima quer investir, inicialmente, em melhorar a ocupação das salas de aula.

Para isso, uma das alternativas é criar um vestibular no segundo semestre, já que hoje a São Judas tem apenas um processo seletivo por ano.

No curto prazo, os principais ganhos com a aquisição da São Judas virão com a economia de recursos. A Anima espera integrar as funções administrativas a uma única central de serviços compartilhados da companhia.

Ao anunciar a compra, a empresa estimou ganhos de R$ 12 milhões anuais em sinergias de custos durante quatro anos. Segundo Castanho, a estimativa pode mudar nos próximos meses pois a companhia só agora tem aprovação do Cade para acessar dados antes sigilosos.

Novas aquisições

O presidente da Anima afirma que a companhia segue em conversas para novas aquisições. Além dos recursos captados com a abertura de capital no final de 2013, é possível aumentar a alavancagem.

A Anima mapeou 200 instituições que podem ser alvo de compra, em 42 cidades. São negócios de diferentes portes (alguns pequenos, com 3 mil ou 4 mil alunos), mas que têm em comum o fato de operarem com marcas regionalmente fortes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. Dayanne Sousa, do Estadao | Leia mais em exame 30/06/2014