Com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais, o Brasil deve debater nos próximos quatro anos a renovação da concessão de múltiplos ativos, e a visão é positiva para esse debate, mas é preciso ouvir os membros escolhidos da administração sobre o tema, avalia o Citi, em relatório.

Os analistas Antonio Junqueira e Guilherme Bosso escrevem que os investidores modelam o fluxo de caixa das empresas de acordo com a renovação da concessão de 2012, sem renovação dos ativos hídricos e de transmissão e com a renovação das concessões de distribuição sem encargos, com alterações específicas nos contratos de concessão. “As expectativas parecem razoáveis, daí nossa visão benigna.”

Segundo eles, os nomes favoritos do setor brasileiro de companhias reguladas permanecem inalterados após as eleições, com Equatorial e Eneva como alocadores de capital. Já a Eletrobras tem uma reviravolta robusta e uma história de dividendos futuros, dizem eles, enquanto Energisa é o nome de alta qualidade mais barato da cobertura.

Os analistas destacam que a Eletrobras anunciou na sexta-feira que está estudando uma relação de conversão que valoriza ações preferenciais com um prêmio de 10% sobre as ordinárias, o resultado mais provável. “A empresa ainda está nos estágios iniciais da migração para o Novo Mercado. Em nossa opinião, o anúncio aumenta a probabilidade de aprovação dada a governança do processo.”

Com relação a Sabesp, o governador eleito de São Paulo Tarcísio de Freitas afirmou que deseja que a potencial venda da empresa proporcione maior investimento, maior rapidez na universalização do serviço e redução das tarifas, e os estudos sobre a venda buscará essas variáveis. “O próximo catalisador significativo para a ação é o anúncio da administração.”

Por fim, com relação a Copasa, os analistas escrevem que a derrota do atual presidente Jair Bolsonaro representa um risco para os planos de privatização das estatais mineiras, mas eles ainda veem uma possibilidade… saiba mais em Valor Investe 31/10/2022