Companhia já está no Top 3 da categoria no Gartner, graças a capilaridade e ao aumento de portfólio ao adquirir soluções da Zebra, Avaya e Brocade.

No mercado do futebol, clubes com grandes cifras gastam fortunas para compor seu elenco e se preparar a curto prazo para os principais campeonatos. No mercado de TI, a Extreme Networks adotou uma estratégia parecida, apostando em aquisições ao invés de começar a desenvolver soluções próprias. Nos últimos dois anos, três linhas de negócio foram adquiridas para que a empresa pudesse contar com um portfólio fim a fim em networking.

A Extreme Networks, localizada em San Jose (EUA), começou como uma empresa de switches para data centers e redes de operadoras no final dos anos 1990, lembra Fábio Costa, country manager da companhia para o Brasil. A estratégia de aquisição só começou em 2013, quando a empresa entendeu que precisava expandir seu portfólio para crescer e adquiriu a Interasys, adicionando soluções wireless de grande densidade para o mercado corporativo.

Após aquisições mais recentes de soluções da Zebra Technologies, Avaya e Brocade, o country manager da companhia para o Brasil, Fábio Costa, explica que a Extreme Networks conseguiu expandir seu mercado e alcançar o Top 3 de principais fornecedores de network do Gartner. “Agora a busca é por nos consolidarmos nessa posição e mostrar nosso valor ao mercado”, diz o executivo.

Confira a entrevista completa:

PORTAL IPNEWS: A Extreme Networks adquiriu três empresas diferentes nos últimos dois anos. Você pode detalhar o porquê da aquisição de cada uma?

Fábio Costa: A primeira aquisição foi a linha de WLAN da Zebra, realizada em 2016. A intenção foi consolidar nosso portfólio de rede wireless, que já contava com soluções de alta densidade da Interasys. Com a compra, nós conseguimos aumentar nossa participação em arquiteturas de redes distribuídas, ganhando mercado com varejistas empresas de logística e transporte, tanto no mundo quanto no Brasil.

Já a linha de networking da Avaya trouxe novos switches e complementou nosso portfólio com o Fabric, que facilita a operação e gestão da rede. As soluções de data center da Brocade, que incluem toda a linha de switches e softwares, completando nossas ofertas em um segmento onde já temos expertise. Essas duas aquisições têm potencial para agregar mais de US$ 400 milhões em receita anual.

PORTAL IPNEWS: De onde partiu a receita para tantas aquisições em tão pouco tempo?

FC: A Extreme Networks não comenta sobre esses números, mas eu posso te falar que trabalhamos com um caixa próprio e sempre estamos de olho nas oportunidades de mercado. A Avaya, por exemplo, estava em recuperação judicial à época da compra, o que facilitou a negociação, enquanto a Brocade havia acabado de ser adquirida pela Broadcom, que anunciou a venda de seus ativos de data center por ser um mercado em que não estava interessada.

PORTAL IPNEWS: E como você posiciona a Extreme hoje?

FC: Hoje nós somos uma fornecedora fim a fim de rede, posicionada no Top três do Gartner. Agora a busca é por nos consolidarmos nessa posição e mostrar nosso valor ao mercado, entregando não apenas o hardware, mas também o software para os clientes, onde contamos com a plataforma Extreme Management para realizar todo o gerenciamento da rede, independente do fornecedor.

PORTAL IPNEWS: Como está a perspectiva de crescimento da empresa?

FC: Os números que eu posso divulgar apontam crescimento de 10% no ano a ano para o próximo fechamento fiscal. Estamos crescendo em números absolutos e voltando a investir em contratação de pessoal, inclusive no Brasil, que conta hoje com um time de 18 pessoas.

As aquisições foram importantes nesse cenário, pois aumentou nossa presença principalmente no mercado de wireless, com clientes e parceiros.

PORTAL IPNEWS: Como fica o trabalho com os parceiros após tantas novidades?

FC: Estamos fazendo road shows pelo mundo para mostrar a parceiros, clientes e consultorias as novidades de nosso portfólio. No Brasil, contamos com 140 canais e com as aquisições, você melhora o portfólio e agrega mais valor às parcerias, mas também é preciso um trabalho de capacitação para que os parceiros que eram das empresas compradas possam fazer parte de nosso programa.  João Monteiro Leia mais em ipnews 16/03/2018