Nas conversas de corredores do Encontro Nacional Abrint 2024, que acontece esta semana em São Paulo, um dos temas mais comentados era o futuro da venda da unidade de clientes de banda larga da Oi, que congrega cerca de 4 milhões de clientes e tem o potencial de mudar bastante a dinâmica do mercado.

A operadora, conforme trazido este noticiário, protocolou junto ao juízo da Recuperação Judicial, o edital para o leilão da unidade, que tem previsão de ocorrer dia 17 de julho. As empresas interessadas terão 30 dias para fazerem a due diligence e apresentarem a proposta para o dia do leilão.

Mas não há muita expectativa de uma vitória por parte de potenciais novos investidores ou dos atuais ISPs concorrentes da Oi. No bolão de apostas, a V.tal é tida como certa a ficar com a unidade, porque é a única que declaradamente já assumiu o compromisso de cobrir o preço de R$ 7,6 bilhões pedido pela Oi.

Na verdade, o que se espera é que o BTG crie uma nova unidade de negócios para a ClientCo, para conseguir garantir a independência da V.tal e o “status” de rede neutra. Do contrário, se a própria V.tal passasse a operar, isso seria visto como uma concorrência direta aos players que contratam a rede da empresa.

Em um segundo momento, sem a pressão de prazos e necessidade de realização financeira da Oi, o BTG poderia negociar esses clientes com potenciais usuários da V.tal, reforçando o seu poder de negociação para atrair novos “tenants” para a sua empresa de infraestrutura.
Mas ainda há quem aposte em surpresas e de alguma proposta vencedora independente em alguma das regiões específicas, ainda que sem muito entusiasmo.

E as redes neutras?

O momento também é considerado especialmente desafiador para as empresas de redes neutras. Nenhuma delas chegou nos resultados estimados nos primeiros business plan e, obviamente, existe uma pressão dos acionistas por rentabilidade. Por isso, as estratégias mudaram: elas pararam de investir em expansão a não ser em casos em que existe uma contratação certa, existem fortes rumores de consolidações no mercado, e o movimento de aquisições de ISPs com boa infraestrutura de rede pode voltar a acontecer… leia mais em teletime 13/06/2024