A startup anglo-portuguesa Arborea está desenvolvendo uma instalação em escala comercial para seu sistema de produção de proteínas a partir de microalgas. Alimentado por luz solar como recurso ilimitado, o sistema sequestra carbono, libera oxigênio e visa atender à crescente demanda alimentar de uma população mundial que deve atingir 10 bilhões até 2050.

Para impulsionar esses esforços, a Arborea captou €5 milhões (US$ 5,2 milhões) em uma rodada de investimentos liderada pela Indico Capital Partners, com participação do Banco Português de Fomento. Fundada em 2015, a empresa já acumulou US$ 9,5 milhões em investimentos de capital de risco, além de US$ 4,5 milhões em subsídios de órgãos como o Conselho Europeu de Inovação.

O novo aporte será utilizado para expandir a plataforma Biosolar Leaf, que cultiva microalgas, algas azul-esverdeadas e diatomáceas sem necessidade de terras agrícolas férteis ou insumos agrícolas. Isso resulta em uma pegada climática muito menor do que a de produtos como carne ou até plantas como a soja.

Revolucionando a produção de proteínas com o Biosolar Leaf

Inspirada na fotossíntese, a tecnologia Biosolar Leaf industrializa o processo para cultivar proteínas a partir de biomassa vegetal carbono-negativa. Segundo a Arborea, um hectare da plataforma pode capturar carbono e liberar oxigênio 100 vezes mais do que uma floresta do mesmo tamanho.

O sistema modular e sem solo pode ser instalado em qualquer superfície, incluindo terrenos áridos e telhados. Além disso, pode ser integrado a processos industriais que produzem carbono, eliminando a necessidade de compressão de CO2, comum em outras tecnologias.

O modelo atual de uso da terra pela agricultura é ineficiente. A maior parte das áreas agrícolas (80%) é destinada à produção de carne, laticínios ou ração animal, exacerbando a perda de biodiversidade. A Arborea afirma que sua tecnologia usa 5.000 vezes menos terra e 40 vezes menos água do que a pecuária, enquanto reduz drasticamente as emissões de gases de efeito estufa.

Comparada à soja, a tecnologia exige 100 vezes menos terra e cinco vezes menos água. Com uma área equivalente à região metropolitana de Nova York em terras inférteis, seria possível atender à demanda global de proteínas em 2050.

Além disso, o sistema minimiza o uso de água doce e elimina o risco de escoamento de nutrientes, prevenindo danos a ecossistemas naturais, como rios e lagos…. leia mais em VeganBusiness 26/12/2024