Companhia especializada em drones agrícolas utiliza inteligência artificial para monitorar lavouras.

A Yamaha Motor investiu R$ 9,4 milhões na Arpac Drones, uma fabricante de drones brasileira especializada em equipamentos para a área agrícola.

Com os novos recursos, a Arpac pretende aumentar sua capacidade operacional e investir no desenvolvimento de tecnologia.

Fundada em 2014 pelo ex-piloto de aviação Eduardo Goerl, a startup desenvolve e opera drones para o monitoramento de lavouras e aplicação de insumos químicos utilizando inteligência artificial.

Goerl foi piloto de companhias aéreas durante 10 anos e anteriormente pilotava aviões agrícolas, quando sofreu um acidente grave. O ocorrido serviu como inspiração para a fundação da empresa.

Drone Arpac

“Após 10 anos trabalhando com companhias aéreas, resolvi começar a fabricar drones que pudessem levar defensivos agrícolas para as plantações, meu objetivo é salvar esses pilotos que sofrem acidentes no setor”, conta Goerl.

No início, o empreendedor buscava criar um drone com a capacidade de carregar até 60 quilos, enquanto os principais do mercado na época, carregavam somente cerca de 20 a 30 gramas.

“Fui para a China, Coréia e comprei alguns equipamentos. Montei um ‘frankenstein’ mas serviu de teste e funcionou, a gente conseguiu fazer um drone carregar até 60 kg em uma época que um drone levava só uma câmera GoPro”, relata Goerl.

A invenção gerou o interesse de grandes empresas. Em 2017 a Arpac recebeu o primeiro investimento no valor de R$ 250 mil da Agrostart, entre a aceleradora ACE e a BASF, empresa alemã de químicos com forte presença no agronegócio.

Os drones da Arpac são fabricados internamente e fazem a pulverização localizada, onde um software, através de fotos, diferenças de padrão e cores da lavoura, identifica pragas na plantação.

“A nossa concorrência são aqueles que compram drones no exterior e vendem, então não dominam o equipamento com qualidade e inteligência agronômica, ou então não conseguem dar manutenção para esse equipamento ou para o produtor. O nosso diferencial é que fabricamos aqui”, explica Goerl.

Normalmente esse processo é realizado manualmente, onde um agrônomo percorre toda a plantação e avalia quais locais precisam de insumos químicos para o controle de pragas, para que assim, um piloto agrícola possa aplicar insumos.

A Arpac atende principalmente plantações de cana de açúcar, um de seus principais clientes é a Raizen, uma das maiores empresas de energia do país.

Ano passado a companhia fechou fechou 250 mil hectares tratados com drones.

Em 2019, captou R$ 1,3 milhão de reais com o investidor anjo Francisco Forbes, cofundador da empresa de atendimento digital Infracommerce e os fundos MOR Capital e Drone Fund, especializado em drones, também de origem japonesa como a Yamaha.

Sediada em Porto Alegre, a empresa tem cerca de 35 colaboradores… Leia mais em baguete 05/05/2022