A Basf anunciou, nesta quinta-feira, a conclusão da aquisição de ativos da Bayer, em um negócio que demandou investimento de € 7,6 bilhões (cerca de R$ 33,2 bilhões, na cotação atual) e que teve as negociações iniciadas em outubro do ano passado. A aquisição, que envolve negócios de proteção de cultivos, biotecnologia e agricultura digital, era uma exigência de órgãos reguladores para permitir a compra da norte-americana Monsanto pela Bayer, negócio concluído em junho por US$ 63 bilhões.

A aquisição coloca a Basf em quarto lugar no ranking mundial no segmento de insumos agrícolas. Em junho passado, a Bayer havia se tornado líder mundial em sementes, fertilizantes e pesticidas após concluir a compra, da norte-americana Monsanto. O vice-presidente sênior da divisão de soluções para agricultura da Basf na América Latina, Eduardo Leduc, destaca que essa foi uma aquisição estratégica de curto, médio e longo prazos, que abre novas oportunidades para o segmento da agricultura.

O negócio inclui operações na área de pesquisa e desenvolvimento, complementa as atividades de proteção de cultivos, biotecnologia e agricultura digital, e marca a entrada da empresa no segmento de sementes, herbicidas não seletivos e nematicidas.

Para o executivo, a aquisição vai contribuir para ampliar as oportunidades dentro do segmento de sementes, especialmente em algodão, em que a empresa se torna líder de mercado; soja, que está em fase inicial; e milho, no qual analisa oportunidades.

O Brasil representa entre 25% e 30% dos negócios da Basf no mundo, e a intenção é manter a participação de mercado, já que, com a aquisição, aumenta também a disputa com os Estados Unidos pelo topo do ranking do agronegócio na empresa.

No segundo trimestre deste ano, as vendas globais da Basf totalizaram € 16,8 bilhões, e o Ebit somou € 2,4 bilhões na comparação com o mesmo período do ano passado. A compra da Bayer elevou em 50% o número de colaboradores no País, que passou de 1 mil funcionários para 1,5 mil pessoas. No mundo, são 4,5 mil colaboradores que passam a integrar a equipe da Basf.

A empresa também dobrou o número de unidades de pesquisa, com 25 novos campos de experimentos na América Latina, que, somados aos já existentes, totalizam 40 unidades, que permitirão o desenvolvimento mais rápido de tecnologias.

De acordo com Leduc, mesmo com o momento de incertezas enfrentadas pelo País, devido ao processo eleitoral, a companhia tem grande confiança na economia nacional. “Todos esses problemas não tiram do Brasil sua vocação agrícola, e essa aquisição mostra que seguimos confiantes no País. É um momento de oportunidades”, comenta Leduc.

O presidente global da Divisão de Soluções para Agricultura da Basf, Markus Heldt, destacou a importância do Brasil e da América Latina dentro desse processo, afirmou que as marcas atuais serão mantidas e antecipou que, nos próximos meses, devem ocorrer novas descobertas que vão se juntar ao portfólio da companhia. – Leia mais em Jornal do Comércio 03/08/2018