O fundo de venture capital Bossanova Investimentos anunciou nesta quinta-feira (6/10) a aquisição da plataforma de equity crowdfunding Platta. O movimento faz parte da estratégia do fundo de ampliar a sua atuação e promover maior acesso a investimentos. O valor da transação não foi revelado. No ano passado, a Platta captou mais de R$ 2,3 milhões de 170 investidores em rodadas realizadas pela plataforma.

A aquisição ocorre após a nova regulamentação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) sobre a prática de equity crowdfunding. Editada em abril deste ano, a Resolução 88 triplicou a captação máxima por oferta, estabelecendo o valor em R$ 15 milhões. O limite de receita bruta da startup que recebe o crowdfunding foi ampliado de R$ 10 milhões para R$ 40 milhões, o que aumentou o leque de empresas que podem utilizar a modalidade.

“A possibilidade de captar valores maiores, e por empresas mais maduras, nos motivou a dar esse passo”, afirma Antônio Patrus, diretor da Bossanova Investimentos, sobre a aquisição. “A plataforma servirá como um caminho para o público entender o ecossistema e aproveitar a nossa expertise para negociar bons deals.”

Bossanova compra Platta

A conversa entre as empresas teve início em maio, logo após a regulamentação. O novo momento do mercado demandava investimentos da parte da Platta. Ricardo Moraes Filho, CEO da plataforma e cofundador da corretora Rico, já era conhecido da Bossanova, o que tornou a aquisição mais atraente para o fundo. Com a validação da tecnologia e o valuation acessível, era a oportunidade certa para o M&A. Agora, Moraes Filho passa a atuar como conselheiro consultivo da Platta.

Com a aquisição, as startups que passarem pelo filtro da Bossanova e forem receber investimento do fundo poderão destinar parte de suas cotas ao público, por meio da plataforma de equity crowdfunding. As condições de adesão e retorno serão as mesmas adotadas pela Bossanova.

No primeiro momento, o investimento de entrada será de R$ 1 mil. “Queremos compartilhar todos os nossos deals com investidores de crowdfunding. Conforme escalarmos, a tendência será reduzirmos o cheque de entrada. Assim como é possível comprar cotas de fundos imobiliários por R$ 100, queremos que seja para investir em startups também”, diz Patrus.

Ele avalia que o novo modelo será positivo para as startups. Se antes as empresas precisavam defender teses em diferentes fundos quando precisavam complementar o investimento da Bossanova para fechar a rodada, em um processo descrito por Patrus como “cansativo e desgastante”, agora terão a oportunidade de fazer essa captação na plataforma.

Por determinação da CVM, os processos de captação por equity crowdfunding têm o prazo máximo de duração de 180 dias, mas a Bossanova quer que os deals publicados na Platta sejam mais rápidos. “Nosso período médio não passa de 45 dias, 60 em casos mais complexos. Precisamos alocar o capital, e ficar 180 dias captando é um martírio. Tentaremos manter o timing de 45 dias, ainda que seja preciso antecipar a nossa parte do recurso para o founder”, afirma Patrus.

Quatro startups já foram pré-aprovadas para receber investimentos e estão em fase de diligência. O fundo não abre os nomes das selecionadas, mas afirma que as primeiras ofertas serão lançadas na plataforma a partir da metade de outubro, com foco em segmentos mais populares e de visibilidade, como martechs, e outros mais nichados, como logtechs, insurtechs e taxtechs, para expor o investidor a um portfólio diversificado…. leia mais em PEGN 06/10/2022