O brasileiro Jhoniker Braulio está buscando captar R$ 20 milhões para o desenvolvimento de um jogo eletrônico com tecnologia blockchain chamado RIO – Raised In Oblivion. O game deve ser lançado no primeiro semestre de 2023 e é um FPS (jogo de tiro em primeira pessoa) que conta com uma jogabilidade de sobrevivência misturando conflito com rivais e coleta de suprimentos.

Jhoniker diz que joga games desde a época do boom das LanHouses no Brasil, e que entrou em contato com o mercado de criptomoedas entre 2012 e 2013. “Tive sucesso em um dos meus investimentos, que foi de R$ 8 mil para R$ 45 mil”, conta o empreendedor, que trabalha desde os 11 anos e já foi serralheiro, pintor, feirante e até aspirante a jogador de futebol no Paraná Clube.

Quem assiste aos vídeos de jogabilidade do RIO irá perceber que ele parece uma mistura de Counter-Strike com o modo multiplayer do primeiro The Last of Us. Jhoniker admite que os dois jogos foram influências para a sua criação. Ao contrário da maioria dos jogos NFT no mercado hoje, o RIO puxa uma estética mais realista e menos estilizada, com gráficos que se aproximam de CS e outros FPS multiplayer como Insurgency graças ao motor gráfico Unreal. Um dos atrativos desse esmero gráfico é ver lugares conhecidos do cotidiano do carioca em uma versão pós-apocalíptica de uma cidade em conflito pela escassez de recursos.

A ideia do jogo é colocar equipes para competir por recursos, de modo que jogadores vão combater uns aos outros ao mesmo tempo em que coletam itens no cenário. São estes itens que se utilizam da tecnologia NFT – Tokens Não Fungíveis, na sigla em inglês – o que torna o jogo um blockchain game.

A comunidade gamer tem uma relação conturbada com a tecnologia NFT. No fim do ano passado, a Ubisoft, uma das maiores empresas do setor, anunciou o projeto Quartz, que permitia a compra de NFTs a serem utilizados dentro de games como Ghost Recon Breakpoint. A iniciativa recebeu tantas críticas que o vídeo sobre a nova plataforma foi removido pela companhia. Nicolas Pouard, vice-presidente do laboratório de inovações estratégicas da Ubisoft, disse em entrevista que a razão da resistência dos gamers era que eles “não entendiam” os benefícios de um mercado secundário de itens digitais relacionados ao jogo.

Por outro lado, uma pesquisa da Bayz vai na direção contrária ao revelar que 66% dos gamers brasileiros afirmam conhecer, em algum grau, o que são NFTs. Destes que conhecem a tecnologia, 73% responderam que “certamente ou provavelmente investirão nesses ativos” em algum momento. O levantamento mostrou ainda que 24% dos gamers brasileiros investem em criptomoedas… saiba mais em Valor Econômico 05/11/2022