Uma desaceleração nas fusões e aquisições está a caminho neste trimestre, à medida que a turbulência no mercado de ações pressiona negócios pendentes e aumenta o risco deles entrarem em colapso, como a compra do Twitter por Elon Musk.

Enquanto a briga entre Musk e Twitter fascinou o mercado, um problema maior para o setor de fusões e aquisições é o cenário desafiador para negócios em geral.

Com a volatilidade e juros em alta, espera-se uma desaceleração no terceiro trimestre com a possibilidade de mais transações serem canceladas, segundo pesquisa da Bloomberg News junto a 16 mesas de M&A, gestores e analistas. Eles nomearam a Seagen como o candidato mais provável a uma aquisição nos próximos três meses.

“Se os compradores não puderem prever com precisão os lucros das empresas ou determinar as métricas de preço, será difícil para eles comprometerem capital”, disse Tyler Silver, sócio da empresa de investimentos Apex Capital, com sede em Nova York.

O fluxo de negócios já vem caindo. Durante o segundo trimestre, o valor total de transações pendentes ou concluídas envolvendo empresas-alvo nos EUA foi de cerca de US$ 347 bilhões, uma queda de 18% em relação ao primeiro trimestre e de 36% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Os spreads médios anualizados de arbitragem de fusões nos EUA subiram acima de 15% em maio e junho, ante cerca de 10% no início do ano, de acordo com Frederic Boucher, analista de arbitragem de risco do Susquehanna International Group. Isso é semelhante ao que o mercado viu no início de 2020, quando a pandemia minou a confiança na conclusão dos negócios, disse. A alta de juros e maiores riscos de perdas causadas pela queda do mercado de ações também aumentaram os spreads em geral.

No entanto, spreads amplos e a ameaça de reprecificação não significam necessariamente que os investidores devam esperar uma onda de cancelamentos. No auge da pandemia, há dois anos, cinco grandes transações foram renegociadas, mas acabaram sendo concluídos, de acordo com Julian Klymochko, fundador e CEO da Accelerate Financial Technologies.

Desde 2008, os contratos de fusão tornaram-se bastante restritos para impedir que um possível comprador se esquive se as condições do mercado piorarem, acrescentou Klymochko…..Bloomberg L.P. Leia mais em msn 13/07/2022