O BTG Pactual acaba de comprar uma participação minoritária na Absolute, uma das cinco maiores gestoras independentes do Brasil com mais de R$ 22 bilhões em ativos sob gestão.

Diferentemente de investimentos similares feitos pelo Itaú e XP, que levantaram recursos com clientes, o BTG está entrando com capital proprietário, no que uma fonte próxima ao banco diz ser “uma parceria estratégica de longuíssimo prazo.” Usando o mesmo modelo, o BTG já comprou stakes minoritárias em gestoras como Perfin, Kawa Capital e Kapitalo.

Segundo essa fonte, a participação do banco na Absolute ficou entre 20% e 25%.

O valor do cheque não é público, mas foi “o maior investimento já feito numa asset independente brasileira,” o CEO da Absolute, Tiago Sant’Anna, disse ao Brazil Journal.

BTG

O aporte é 100% primário e o capital vai ser alocado num fundo que será travado por 5 anos e meio, e que só poderá investir em produtos da Absolute.

Inicialmente, o capital vai ser alocado nos fundos que a casa já tem, mas a ideia da gestora é usar os recursos como seed para os novos produtos que pretende lançar nos próximos meses.

Tiago diz que a Absolute ainda não bateu o martelo sobre quais mercados pretende entrar, mas que tem estudado lançar produtos em crédito privado, renda fixa e fundos imobiliários, por exemplo.

Com a entrada do BTG, a meta é mais que dobrar os ativos sob gestão ao longo dos próximos anos.

Fundada em 2013, a Absolute atua hoje com três classes de ativos: fundos de ações (long only e long-biased); fundos multimercado; e um fundo de arbitragem que investe em eventos corporativos, como M&As.

O flagship da casa é o Absolute Vertex, que tem mais de R$ 10 bi sob gestão e opera como um hedge fund, investindo em diversos ativos e mercados globais.

“Hoje estamos com uma visão de destruição de valor no mundo,” disse Fabiano Rios, o CIO da Absolute. “O Fed quer apertar as condições financeiras para restringir a demanda, e para isso ele precisa fazer com que a taxa de 10 anos abra e com que o S&P caia. Estamos posicionados nesse sentido: mais ‘tomados’ em taxa [de juros] globalmente, com um foco maior nos Estados Unidos, e vendidos em Bolsa americana.” by Pedro Arbex e Geraldo Samor .. Leia mais em braziljournal 20/04/2022