Uma joint venture entre a gestora de recursos do BTG Pactual e a Prisma Capital vai assumir a gestão dos fundos da Captalys.

A operação está sendo fechada pouco mais de um mês depois de a Captalys ficar na berlinda por conta da performance negativa de seu principal fundo de crédito, o Orion.

A transferência dos fundos para um novo gestor é uma demanda de alguns investidores profissionais da Captalys, fontes próximas ao assunto disseram ao Brazil Journal.

A troca na gestão da Captalys será submetida a assembleias de cotistas. A gestora tem 25 fundos com um patrimônio somado de mais de R$ 6 bilhões. Apesar de BTG, Prisma e Captalys já terem entrado em acordo, o negócio só será oficializado depois da aprovação dos cotistas em assembleia.

A Captalys enfrenta uma crise de confiança do mercado, e a outra alternativa estudada, segundo fontes, era a venda da gestora – mas a urgência em resolver o assunto não seria compatível com as diligências necessárias para um M&A. Segundo uma fonte, se tivessem de esperar 90 dias para a conclusão da venda da empresa, muito provavelmente os cotistas se organizariam antes desse prazo para trocar a gestão.

BTG e Prisma

Por conta da urgência, a Captalys negociou com BTG e Prisma – que já conquistaram o apoio de parcela relevante de cotistas – e está apoiando a transferência dos fundos.

Executivos da BTG Asset e da Prisma já olharam os fundos e deverão aprofundar as diligências nas carteiras até a assembleia de cotistas. Nessa reunião, os novos gestores deverão apresentar o resultado dessa análise e dizer qual a marcação de mercado adequada para os ativos.

Parte do time e dos sistemas da Captalys também vão migrar para a nova gestora que será criada pela JV, segundo as fontes.

A Captalys vai continuar existindo, mas concentrando seu negócio na prestação de serviços tecnológicos – como administração fiduciária – além de manter suas participações em fintechs. Margot Greenman continuará no controle dessa Captalys esvaziada, e a área de special situations do BTG seguirá como credora de uma debênture conversível de R$ 90 milhões.

BTG Asset e Prisma terão cada um metade da nova gestora, que ainda não tem um nome definido.

A meta da nova gestora é dar continuidade a todos os fundos, restituindo a confiança do mercado no “legado” da Captalys.

Passado um período estimado em até três meses – para estabilizar os fundos – a expectativa das duas casas é crescer no segmento de crédito pulverizado e direct lending.

BTG Asset e Prisma já vinham conversando sobre “esteiras de crédito” e olhavam um pipeline conjunto de operações. A oportunidade de assumir o legado da Captalys foi vista como uma forma de iniciar a parceria já com uma plataforma de ativos e clientes de longo prazo.

A BTG Asset tinha R$ 605 bilhões em recursos sob gestão no final do segundo trimestre.

A Prisma – criada há cinco anos por dois ex-sócios do BTG, Marcelo Hallack e Lucas Canhoto, e pelo advogado João Mendes – tem R$ 14 bilhões em ativos sob gestão… leia mais em Brazil Journal 08/11/2022