A elétrica Cemig está avaliando alternativas para avançar nos planos de vender sua participação na transmissora de energia Taesa, que têm sido travados principalmente pelo atual patamar dos preços das ações, considerado muito alto pela controladora, disseram ao Scoop três fontes com conhecimento do assunto. Scoop é a central de conteúdos exclusivos da Mover.

A companhia controlada pelo governo de Minas Gerais colocou sua fatia de 21,68% na Taesa em um programa de desinvestimentos há mais de um ano. Ela chegou a agendar leilão para negociar o ativo em meados de 2021, mas a operação acabou suspensa devido a uma Comissão Parlamentar de Inquérito aberta pela Assembleia Legislativa de MG.

A CPI, que investigava eventuais irregularidades na Cemig, acabou encerrada em fevereiro deste ano, sem citar a Taesa em seu relatório final, gerando expectativas de que a estatal mineira fosse retomar o processo para sair do quadro de sócios da transmissora logo na sequência, o que ainda não ocorreu.

Cemig vê preço elevado travar venda da Taesa

Embora o desejo de desinvestir siga ativo, a visão na Cemig é de que a cotação dos papéis da Taesa na bolsa está em patamar que afasta potenciais compradores, como empresas do setor ou fundos de investimento, disseram duas das fontes, que pediram anonimato para falar devido à sensibilidade do assunto.

A venda da Taesa tem um problema que é até um problema bom. A ação está muito cara”, disse uma das fontes, ao ser questionada sobre as dificuldades na transação.

Procurada, a Cemig não quis comentar e a Taesa não respondeu de imediato aos questionamentos enviados pelo Scoop.

As Units da Taesa (TAEE11), que compreendem uma ação ordinária e duas preferenciais da elétrica, fecharam o pregao de ontem a R$36,90 cada. Elas acumulam alta de 21% em 12 meses, período em que tocaram máxima de R$41,23.

A equipe de analistas do TC Matrix escreveu em relatório de 10 de novembro que a ação da Taesa está mais cara na comparação com “pares diretos”, como Cteep e Alupar, projetando preço-alvo de R$34 por unit. O time do BTG Pactual para elétricas apontou, na mesma data, que considera a companhia “o nome mais caro sob nossa cobertura”, recomendando a investidores a venda dos papéis.

“Se a Cemig faz o movimento de venda, as ações sobem ainda mais. Ninguém quer comprar na alta… não tem interesse do mercado mesmo sendo uma excelente empresa”, disse uma segunda fonte, sobre a tentativa da Cemig de evoluir no desinvestimento…. leia mais em TC 23/11/2022