Thiago Costa, que como sócio da HSI liderou transações emblemáticas como a incorporação do Faria Lima Plaza no Largo da Batata e JVs com a Idea!Zarvos e a Nortis, está abrindo sua própria gestora de private equity imobiliário, apostando numa originação diferenciada e focando num segmento do mercado onde há menos concorrência.

A Central Capital está levantando R$ 1 bilhão para seu primeiro fundo – metade do total já está garantido pelo Credit Suisse, que terá exclusividade na distribuição e vai participar do resultado da gestora por tempo limitado.

Thiago discutiu o projeto com outros players de mercado, mas optou pelo CS justamente pela estrutura, que garante que a gestora continue independente.

“Os clientes estão procurando alocação em produtos alternativos com um boa proteção de capital e algum tipo de hedge inflacionário,” disse Rafael Gross, o head do wealth management do Credit Suisse.

Central Capital quer R$ 1 bi

O fundo da Central vai investir em quatro segmentos: residencial (focado em incorporação), lajes corporativas, galpões logísticos e varejo.

A tese é basicamente comprar bem – e vender mais caro.

“Não fazemos deals de renda e não fazemos deals de high yield e distressed. A tese é fazer negócios oportunísticos em que o vendedor está estressado ou há alguma outra complexidade, mas o ativo é de alta qualidade,” Thiago disse ao Brazil Journal.

Dado que negócios imobiliárias de até R$ 50 milhões costumam atrair muito o interesse (e a concorrência) de famílias, e dado que cheques acima de R$ 500 milhões atraem investidores internacionais dispostos a aceitar retornos mais baixos, o ‘sweet spot’ da Central serão as transações de R$ 100 milhões a R$ 200 milhões, disse Thiago.

Segundo ele, o grande gerador de retorno num negócio imobiliário não está em saber alugar o prédio melhor que o concorrente.

“Uma parte da TIR está aí, mas o grosso do retorno está em originar e adquirir o ativo no preço certo e com a estruturação correta,” disse ele.

Um investidor concorda. “O Thiago está para o real estate como o Daniel Goldberg está para special sits; são deals criativos, com estruturas que não são óbvias,” disse o head de um family office que conheceu o gestor na HSI.

Thiago diz que o grande diferencial da Central está na originação, dado que os melhores negócios não chegam pelos bancos de investimentos – e sim por uma rede de contatos que vai de advogados a terrenistas, de assessores financeiros a parentes envolvidos numa disputa familiar…. leia mais em Brazil Jounal 17/11/2022