Chineses buscam ativos baratos na América Latina em meio à crise
“A influência econômica chinesa na América Latina deve ganhar força na era pós-pandemia”, destacou advogada do escritório Baker McKenzie
Empresas chinesas e fundos de pensão canadenses estão de olho na América Latina em busca de ativos baratos e com meta de acelerar a expansão nos maiores setores da região, após a pior recessão em mais de um século.
Investidores estrangeiros têm como foco setores como o segmento de saúde no Brasil e projetos de transmissão de energia na Argentina. Empresas asiáticas, muitas apoiadas pelo governo chinês, estão no topo da lista, prontas para expandir sua presença no quintal dos Estados Unidos, disse Anna Mello, advogada que coordena fusões e aquisições na região para o escritório Baker McKenzie.
“A influência econômica chinesa na América Latina deve ganhar força na era pós-pandemia”, disse. “Os EUA provavelmente aumentarão o foco em investimentos na América Latina em 2021 e tentarão conter a influência da China no hemisfério ocidental.”
O interesse renovado coincide com os acordos perto do menor nível em 15 anos em 2020 devido à retração econômica histórica causada pelo coronavírus, o que levou governos ao endividamento e empresas da região ao default. Países e empresas provavelmente venderão ativos, em alguns casos com preços reduzidos, para melhorar a liquidez, dando às empresas estrangeiras a chance de gastar o dinheiro acumulado.
“Esses investidores de longo prazo – grupos de pensão canadenses, fundos de private equity dos EUA, investidores institucionais – têm grandes somas de capital”, disse Mauricio Saldarriaga, sócio-gerente do Inverlink, um banco de investimento colombiano. “E podem encontrar oportunidades a preços mais baratos do que há 12 meses.”
Mais acordos
A Covid-19 teve grande impacto na América Latina. O PIB regional deve encolher mais de 7%, a maior queda desde que dados confiáveis começaram a ser coletados há mais de um século.
As fusões e aquisições anunciadas na América Latina e no Caribe caíram para cerca de US$ 86 bilhões em 2020, queda de 40% em relação ao ano anterior, de acordo com dados compilados pela Bloomberg…. Leia mais em infomoney 03/12/2020