Cisão da Fram Capital, Maud nasce com R$ 2,8 bi em gestão de fortuna
A gestora paulistana Fram Capital, especializada em operações estruturadas para empresas, acaba de fazer uma cisão de sua área de gestão de patrimônio. A Maud Capital nasce com 166 clientes e R$ 2,8 bilhões sob gestão.
A segregação também viabilizou a chegada de um novo sócio institucional. A nova firma é controlada pelos mais de 10 sócios executivos da Fram – incluindo Roberto Vidigal, que assume como CEO da Maud – e os 20% restantes pertencem à AC2 Investimentos, que também atua em gestão de patrimônio.
“A Fram estava procurando uma estratégia de crescimento via M&A e a segregação da área de gestão de patrimônio facilitou a entrada de novos sócios, que não tinham interesse em ser sócios do grupo Fram Capital como um todo”, conta Vidigal.
O nome Fram, que significa “avante” em norueguês, foi escolhido por ser o nome do navio que conduziu o conquistador do Polo Sul, Roald Amundsen, em 1911 – a história fascinou um dos fundadores da gestora, Henry Gonzalez, que segue à frente do negócio. Já Maud foi o navio construído para o explorador norueguês em sua segunda expedição ao Ártico, com nome em homenagem à rainha da Noruega.
A operação da Maud será com plataforma aberta, podendo aportar em fundos da Fram e em qualquer fundo de terceiros. “A gente faz gestão onde o cliente quiser, pode ter conta no private do Itaú, do Santander, do Bradesco. A gente vê como o cliente se sente mais confortável, onshore e offshore”, diz o CEO. A Fram segue com os produtos estruturados como FIDCs, fundos imobiliários e fundos de participações.
No private equity, uma das operações mais emblemáticas da Fram foi a compra e reestruturação da operação de produção de transformadores da Toshiba Corporation, em 2018. Renomeada Transformadores e Serviços de Energia das Américas (TSEA), a empresa passou por reestruturação, com a venda das plantas, enxugamento de custos e a definição de um novo plano de negócios. Ainda está na carteira da gestora.
O mesmo modelo de reestruturação foi adotado para a Sequoia Logística e Transportes, que resultou no IPO em 2020, ano em que a Fram participou da compra da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo, posteriormente vendida para a Prologis. Na transação imobiliária, chegou a haver um embate com investidores sobre valor do ativo e a Sequoia depois passou por outra reestruturação, que teve como desfecho a venda para um grupo mexicano.
Em operações mais recentes, a Fram investiu na companhia de bioinsumos Oligos Biotec e na fabricante de produtos de higiene e beleza Classy Brands. A companhia também abriu uma nova vertical, com a abertura da Sumauma, gestora focada em crédito de carbono que tem como sócio o cineasta Fernando Meirelles… leia mais em Pipeline 25/02/2025