A Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) formalizou na segunda-feira (6) a venda de 15% das ações da Indústria de Aviação e Serviços S.A. (IAS) que a entidade possuía. A participação foi adquirida pelo acionista controlador da empresa por R$ 10,7 milhões.

Essa negociação também contou com a venda de um equipamento para fabricação de ferramentas. Vale lembrar que a IAS é especializada em manutenção, reparo e inspeção (MRO) de motores e demais componentes aeronáuticos para a aviação civil e militar, com certificado de Empresa Estratégica de Defesa (EED) outorgado pelo Ministério da Defesa.

O diretor-presidente do Codemge, Thiago Toscano, explica que o principal motivo para a realização dessa venda é o posicionamento do governo estadual quanto à manutenção de empresas como a IAS no portfólio do Estado. Ele afirma que não faz sentido investir em empresas do setor de aviação, por exemplo, quando esse montante poderia ser bem mais útil em políticas públicas visando à melhoria da saúde, educação e segurança.

Toscano também destaca o fator dessas empresas apresentarem risco de prejuízos ao Estado, já que caso elas fiquem no negativo, o Estado tem que cobrir essa perda. “Não pode ser papel do governo participar, com pouco poder de decisão e com altos riscos de operação, em empreendimentos que serão melhor gerenciados pela iniciativa privada”, afirma.

Codemge formaliza venda de 15% das ações da IAS

Essa venda do restante das participações da companhia na IAS faz parte do Programa de Gestão de Portfólio da Codemge, que tem como papel principal reavaliar a carteira de ativos da entidade.

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Fernando Passalio, que também esteve presente no evento de formalização da compra, destacou que essa ação evidencia o foco do governo em garantir a desestatização de aparatos, que, na visão dele, poderão oferecer uma melhoria no serviço destinado à população mineira.

Quanto a possíveis vendas de participações no futuro, o diretor-presidente do Codemge lembra que recentemente o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) suspendeu quaisquer novas negociações até segunda ordem. Mas Toscano reforça que a companhia já está buscando maneiras de resolver essa questão e, caso essa suspensão seja anulada, a Codemge poderá se desfazer dos demais ativos que estão em posse da companhia ainda este ano.

Vendas de participações

Em outubro do ano passado o TCE-MG havia aceitado um pedido de suspensão da venda de ativos da Codemge feito pelo Ministério Público de Contas do Estado de Minas Gerais (MPC-MG). Porém, em dezembro de 2022, o tribunal decidiu conceder um efeito suspensivo que autorizava a continuação de três processos de venda ativos, incluindo as ações da IAS.

Dentre esses processos também estava o de alienação do restante das participações na Helicópteros do Brasil S.A (Helibras). Na época, a entidade ainda detinha 15,51% do capital social da fabricante de helicópteros, que foi vendido por R$ 95 milhões para a Airbus Helicopters, que também era a acionista controladora da empresa.

A Corte também havia autorizado a continuidade do processo de concessão de uso do Parque das Águas de Caxambu, incluindo o Balneário Hidroterápico, que estava previsto para o início deste mês, mas foi adiado para o dia 5 de abril. O Ministério Público já enviou uma recomendação de suspensão dessa concessão à Codemig. (Com informações da Agência Minas).. leia mais em Diário do Comércio 09/03/2023