Baterista por hobby, o empreendedor e desenvolvedor de sistemas Geraldo Ramos precisou de apenas alguns finais de semana para criar a primeira versão de um aplicativo que viria a fazer barulho no mercado de tecnologia. Tratava-se de uma plataforma que pudesse ajudar músicos profissionais ou amadores em ensaios. Assim, ainda em 2019, surgiu a satrtup Moises.

Três anos depois, pode-se dizer que a companhia deixou o backstage do mercado de tecnologia para subir ao palco dos investimentos. Nesta segunda-feira, 22 de agosto, a empresa fundada por Ramos, Eddie Hsu e Jardson Almeida, anunciou a captação de um aporte de US$ 8,6 milhões. A rodada seed foi liderada pela gestora brasileira Monashees e pela Kickstar Fund, dos Estados Unidos.

A Moises opera com um aplicativo de música que permite, entre outras funções, isolar ou remover partes de uma música (como vocais e guitarras), reconhecer acordes, transcrever letras e detectar batidas de instrumentos de percussão. Em pouco mais de três anos, a empresa que divide operações nas cidades de Salt Lake City e João Pessoa chegou a 20 milhões de contas criadas e 3 milhões de usuários ativos mensais.

Com aplicativo para músicos Moises faz "barulho"

“O diferencial para algumas outras soluções de música é que se trata de um aplicativo que atende desde o músico profissional até o cara que acabou de comprar uma guitarra”, diz Ramos, cofundador e CEO da Moises em entrevista ao NeoFeed. Uma das rivais é a empresa americana iZotope, fundada ainda em 2001 e que também oferece serviços de computação voltados para o setor musical.

A rodada contou ainda com a participação de gestoras como Norwest, Toba Capital, Alumni Ventures, Goodwater e Valutia. O dinheiro será usado para o desenvolvimento de novas funções para o aplicativo. Uma delas pe voltada para auxiliar na composição de músicas utilizando inteligência artificial.

Outra parte dos recursos será dedicada para atacar o mercado B2B. No alvo estão gravadoras, editoras e distribuidoras de conteúdo musical. “Queremos dominar o mercado de computação musical”, afirma Ramos. “A ideia é expandir para que Moises seja conhecida além de um aplicativo.” Para isso, a companhia pretende cobrar a equipe de funcionários, composta por quase 50 pessoas.

A Moises começou a ser desenvolvida graças a um algoritmo de código aberto disponibilizado pela Deezer. A partir do sucesso da plataforma, a Ramos começou a desenvolver novos algoritmos. Em 2020, o serviço terminou o ano com 1 milhão de usuários cadastrados. No ano seguinte, a base aumentou para 10 milhões.

“A gente começou a ver o interesse do mercado em 2021, quando começamos a conversar com investidores nos Estados Unidos”, afirma Ramos. No ano passado, a companhia levantou US$ 1,6 milhão em uma rodada pré-seed liderada pela Kickstar.

Parte do interesse se deu pelo fato de que a empresa já era lucrativa desde aquela época, algo …leia mais em NeoFeed 22/08/2022