Gestora especializada em investimentos em companhias de tecnologia, a Catarina Capital está lançando um fundo que pretende resolver um problema que muitos sócios, investidores e funcionários de startups sentem em relação as suas participações nessas empresas: a falta de liquidez.

Com valuations muitas vezes bem elevados, as startups formam uma legião de milionários a cada rodada de financiamento, mas que são ricos apenas “no papel”. Eles têm uma participação valorizada, mas nada de dinheiro no bolso, que só aparecerá no caso de um “evento de liquidez”, termo do mercado para se referir à liquidação de uma posição, seja quando a companhia é vendida ou quando ela abre seu capital.

Batizado de Secundus, o fundo da Catarina Capital vai comprar participações detidas por acionistas em startups maduras, que ainda não realizaram a abertura de capital em bolsa.

O público-alvo são executivos com stock options, sócios-fundadores, aceleradoras, investidores-anjos e fundos de investimento que querem se desfazer de parte, ou toda participação, numa startup, seja porque precisam de recursos, porque não estão mais na empresa ou estão desalinhados com a atual gestão.

Com fundo de US$ 100 milhões Catarina Capital quer dar liquidez a sócios

Em troca, os cotistas do fundo terão participação em companhias de tecnologia, algumas delas unicórnios, como são chamadas as startups avaliadas em amis de US$ 1 bilhão e que já se encontram em jornada crescente e consolidada de atividade, visando a aproveitar os ganhos que os investidores terão nos IPOs.

O que tem acontecido nessas empresas é que, quanto maior o investimento, mais importante é uma saída via bolsa”, diz ao NeoFeed José Augusto Albino, cofundador da Catarina Capital e responsável pelo Secundus. “Muitas vezes, essa jornada é longa, e mesmo que um investidor possa ficar toda a jornada, uma hora bate a urgência para vender, ou ele simplesmente quer se desfazer da participação”

O Secundus vai buscar fatias pequenas em startups por toda a América Latina. Para isso, a Catarina Capital planeja captar US$ 50 milhões até o final do ano para o fundo, chegando a US$ 100 milhões até o final de 2023. A ideia é ter participações em 15 ou até 20 companhias, com desembolsos médios de US$ 5 milhões em cada operação.

O foco são companhias de tecnologia com grande potencial de crescimento e que atuam em mercados maduros na América Latina, como fintechs, empresas de meios de pagamentos e insurtechs. “Gostamos de companhias em que o componente tecnológico é relevante”, diz Albino.

A Catarina Capital pretende adotar uma postura passiva nas startups, oferecendo a expertise de seus sócios para ajudar a estruturar o IPO. Albino foi sócio da CRP Companhia de Participações, pioneira em private equity e venture capital no Brasil. Thiago Lobão, parceiro de Albino na Catarina Capital, foi sócio da SP Ventures, especializada em agtechs, de 2012 a 2019…. leia mais em NeoFeed 10/05/2022