A Comerc, a comercializadora de energia da Vibra Energia, está em busca de oportunidades de aquisição de empresas ou projetos de geração distribuída de energia solar, nicho que cresce em ritmo exponencial no Brasil, disse o co-presidente da companhia, Cristopher Vlavianos.

O crescimento da chamada GD tem atraído a atenção de grandes companhias do setor elétrico e até de grupos de óleo e gás e combustíveis, como a Vibra, que comprou 50% da Comerc no ano passado. Mas o nicho permanece bastante pulverizado, com muitos pequenos e médios investidores, e há uma tendência de que grupos capitalizados – como a Comerc – devem ir às compras de projetos ou empresas, disse Vlavianos ao Scoop by Mover.

“Temos olhado muita coisa nesse sentido, temos buscado bastante esse tipo de consolidação. Oportunidades não só de aquisição, mas muitas vezes de desenvolver algum projeto conjunto com alguma empresa. Estamos em uma busca constante”, afirmou ele, sem citar alvos ou projetos específicos de compra.

O movimento da Comerc vem após o Congresso ter aprovado no ano passado um marco legal para a GD, que envolve a construção de sistemas solares de pequeno porte para atendimento à demanda de empresas ou grupos de consumidores residenciais.

O Brasil tem hoje mais de 9 gigawatts em sistemas de GD operacionais, o que representa mais que o dobro da capacidade instalada em grandes usinas solares no país.

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Comerc da Vibra busca aquisições
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Expansão no Brasil

O segmento GD dobrou nos últimos 15 meses, impulsionado pela busca de companhias e até pessoas físicas por redução nos custos com energia. A Comerc hoje tem 35 plantas em Minas Gerais, com total de quase 150 megawatts, o que “acaba trazendo um benefício de escala e na questão de operação e manutenção”, acrescentou Vlavianos.

O mercado para geração distribuída tem aquecido de forma acelerada nos últimos meses. A Alsol, subsidiária da Energisa para o segmento GD, fechou em janeiro a compra do Grupo Vision, prevendo expandir sua capacidade em até 136 megawatts nos próximos três anos.

Em fevereiro, a Intelbras comprou a Renovigi, fabricante de equipamentos solares para geração distribuída. No ano passado, a Brookfield adquiriu a Aldo Solar, distribuidora de placas solares também focada no nicho de GD.

Aquisições

Vlavianos disse que a Comerc está “aberta” a olhar projetos ou empresas de GD por todo o país e de todos os portes. No caso de aquisições pequenas, a preferência é por ativos próximos de onde estão os ativos de geração distribuída da companhia, para ganhos de sinergia. Já alvos maiores não têm essa restrição.

A Comerc, inclusive, lançou uma plataforma para comercialização e gestão da energia produzida por sistemas de GD, conhecida como “Sou Vagalume”, usada para negociar a produção proprietária de geração distribuída, mas que também será disponibilizada para terceiros.

“Montamos essa plataforma para prestar serviço para quem tem uma, duas, três usinas de GD e não vai investir em um sistema de gestão do negócio. Mas a gente se interessa também por avaliar projetos para aquisição, porque faz sentido a gente colocar isso dentro do nosso modelo”, disse Vlavianos.

Segundo ele, o modelo de vendas pulverizadas via plataforma geralmente permite melhores preços e margens do que negociações diretas com grandes empresas, que têm maior poder de barganha… leia mais em TC.com 23/03/2022