Se as grandes redes de farmácia vendem em volume suficiente para barganhar com a indústria, o varejo de bairro ainda depende da figura do representante, com seu bloco de pedidos e maleta de amostras, para abastecer o estoque. A Covalenty quer mudar essa dinâmica. Para isso, acaba de receber um aporte pré-seed de R$ 5,5 milhões liderado pela Iporanga Ventures para testar sua tese de conectar pequenas e médias lojas de bairro a distribuidoras e fabricantes.

As farmácias menores ainda têm um processo ainda bastante analógico para fazer o pedido, pesquisar preços, montar o estoque”, observa Miriam Retz, cofundadora e CEO da Covalenty. “Nosso objetivo é usar a tecnologia para conectar de forma mais eficiente as duas pontas desse mercado, gerar valor e trazer competitividade para o varejo menor frente às grandes concorrentes.”

Por enquanto, a Covalenty funciona basicamente como uma plataforma digital por meio da qual as farmácias podem comparar preços de fornecedores e disparar pedidos. Em apenas quatro meses de operação, já alcançou 50 clientes e espera chegar a 300 lojas no portfólio neste ano, ainda uma pequena parte do que se pode alcançar no mercado brasileiro. Dados do Conselho Federal de Farmácia e da Abrafarma mostram que existem hoje 90 mil farmácias no país e que cerca de 90% disso são pequenas unidades e lojas de bairro.

Covalenty atrai Iporanga e Domo com plano de atender farmácias de bairro

Com o cheque, assinado também por Domo Invest, 1616 Ventures, Aimorés Investimentos e investidores-anjo, a startup planeja pelo menos dobrar a equipe, hoje com 10 pessoas, contratando especialistas de tecnologia, comercial e operações. O plano é aumentar as funcionalidades da plataforma e trazer as fabricantes para dentro. Até o momento, só estão disponíveis os catálogos de distribuidores.

A ideia é ampliar também o catálogo de serviços, que hoje conta apenas com a comparação de preços e o disparo de pedidos. fUma das primeiras aplicações que devem entrar na plataforma é o controle e gestão de estoque, com sugestões para o mix. Futuramente, a plataforma quer oferecer produtos e serviços financeiros — um fator que atraiu os investidores.

A ideia é ampliar também o catálogo de serviços. Uma das primeiras aplicações que devem entrar na plataforma é o controle e gestão de estoque, com sugestões para o mix. Futuramente, a plataforma quer oferecer produtos e serviços financeiros — um fator que atraiu os investidores.

“A oportunidade aqui não é só comercial, tem um caminho lógico de vir a intermediar a jornada financeira. Isso é uma tendência: quando se tem uma relação tão importante, próxima e frequente com o cliente é possível passar a estender crédito com uma percepção melhor de risco”, diz Leonardo Teixeira, sócio da Iporanga Ventures. “Nós já atuamos com essa tese, de aproximar varejo e indústria, no nosso portfólio, com a Floki, que faz algo parecido no ramo de food service.

A Covalenty é a segunda empreitada de uma dupla de fundadores, Retz e Renato Tano. Os dois, que foram colegas na USP, criaram ainda em 2017 a startup EasyDeco, um marketplace para casa e decoração que foi descontinuado em 2022. De um lado, Retz acumula experiência em negócios e mercado de capitais, tendo passado pelo Pátria e Bain&Co. De outro, Tano, que trabalha com tecnologia desde os 16 anos, foi sócio da Taqtile e de uma software house que atendeu clientes como Microsoft, Starbucks e Merck… leia mais em Pipeline 09/05/2023