Para alguém criado em um ambiente business-friendly, empreender no Brasil não é exatamente uma decisão óbvia. Mas o americano Benjamin Gleason está dobrando a aposta no ecossistema de inovação brasileiro.

Dez anos após fundar o GuiaBolso e levantar US$ 83 milhões com investidores para aquela que foi a primeira fintech do país — quando o termo ainda pouco usado por aqui —, Ben tirou das agruras dos fundadores de startups um novo negócio.

Capitalizado após a venda do GuiaBolso ao PicPay, o americano é um dos nomes por trás da Kamino, startup que acaba de levantar US$ 6,1 milhões em uma das maiores rodadas pré-seed já feitas no Brasil.

A proposta da Kamino é eliminar o périplo dos empreendedores na captação de recursos. Tipicamente, a startup vai oferecer um empréstimo ponte para as startups, que não precisarão mais esperar a longa demora da estruturação de holdings nas Ilhas Cayman e Delaware para receber os recursos dos fundos de venture capital internacionais.

Além de antecipar parte dos recursos, permitindo que os fundadores já comecem a tirar os planos do papel, a Kamino assume a tarefa de criar as holdings nos exterior — o que inclui uma parceria com o escritório de advocacia Bronstein, Zilberberg, Chueiri & Potenza Advogados (BZCP) e o Silicon Valley Bank, tradicionalmente usado nessas operações.

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“Vamos simplificar tudo isso, criando apenas um ponto de contato. O fundador não vai mais precisar falar com vários advisors de cada jurisdição”, diz Ben. Pelos cálculos da Kamino, a sistematização do processo pode reduzir os custos de estruturação das holdings pela metade.

Na Kamino, a proposta angariou uma lista extensa de investidores que inclui fundadores de unicórnio como Sergio Furio (Creditas) e Ariel Patschiki (Ebanx). A rodada pré-seed foi liderada pela Inspired Capital. Global Founders Capital, Fontes — veículo de early stage de QED —, Picus Capital, Flourish Ventures, Propel VC, Clocktower Technology Ventures, Norte Ventures e Gilgamesh Ventures também participaram da rodada.

Com o tempo, a Kamino vai ampliar o leque de serviços. Depois de antecipar a entrada de recursos e estruturar a criação das holdings no exterior, a ideia é quer oferecer um cartão de crédito — inicialmente, da bandeira Visa — para os startups, resolvendo um ..s… leia mais em Pipeline 15/03/2022