Quando você passa num pedágio usando uma tag, paga uma conta por aproximação com seu cartão Visa, ou escaneia o código de uma roupa da Zara, você provavelmente não sabe, mas é a Beontag que viabiliza essas operações.

A empresa é a líder disparada no Brasil na produção dos chips RFID (usados nos exemplos acima) e dos auto adesivos – aqueles que vão na embalagem do shampoo ou da cerveja, ou no código de barras de diversos produtos.

Agora, a Beontag está executando uma estratégia que vai transforma-la de uma empresa local numa multinacional – colocando-a em disputa acirrada pela liderança global desse mercado.

Desde meados do ano passado, a Beontag já fez cinco aquisições. O conjunto da obra é transformacional para a empresa.

Em abril, comprou a Digital Tags, entrando na França. Em setembro, colocou para dentro a italiana LabID e o braço de RFID da finlandesa Stora Enso.

De M&A em M&A a Beontag

Este ano, comprou a também italiana Temera e a sueca Scandstick, ganhando fábricas na Suécia, Eslovênia, Bélgica e Polônia.

A brasileira também está em negociações finais para a compra de uma fabricante americana, um negócio que deve ser assinando ainda este mês.

“No Brasil já temos mais de 90% do mercado de RFID,” o CEO Ricardo Lobo, um ex-BTG, disse ao Brazil Journal. “Estamos indo pra fora porque não conseguimos mais crescer por aquisições aqui, e os grandes mercados nesse setor são Europa e Estados Unidos.”

As diversas aquisições vão multiplicar a receita da Beontag por 2,5 vezes este ano, passando de R$ 1,1 bilhão para R$ 2,8 bi. Depois das compras, a Beontag terá mais de 70% de sua receita vinda do exterior.

Segundo o CEO, a empresa sempre deu lucro e opera com uma margem EBITDA de 12%.

A Internacionalização ‘a jato’ está sendo financiada por duas rodadas de capital ao longo dos últimos anos, todas de bolsos ligados ao BTG.

Em 2020, a empresa levantou R$ 350 milhões com o fundo de private equity do BTG voltado para a economia real – o mesmo que investiu na CDF e no negócio de fibra da OI – e outros R$ 130 milhões com a holding dos sócios do BTG.

No mês passado, outra rodada de R$ 700 milhões veio metade da holding dos sócios e metade de um pool de investidores do wealth management do banco.

Esses três grupos detêm hoje 85% da Beontag. Os outros 15% estão nas mãos do fundador, Valdir Gaspar, que já não está mais no dia a dia da operação…leia mais em Brazil Journal 09/02/2022