Costumo dizer que a “lista de tarefas” da humanidade está expressa nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Os 17 ODS foram estabelecidos em 2015 e compõem uma agenda mundial para a implementação de novas práticas empresariais e de políticas públicas que visam guiar a humanidade até 2030.

Desde que foi lançado o termo ESG (Environmental, Social and Governance), em 2015, no relatório intitulado Who Cares Win, do Pacto Global, temos vivido uma crescente geração de conhecimento, ciência, práticas, métricas e novos padrões.

Faltando oito anos para atingirmos os ODS, as organizações começam a perceber a importância de achar o equilíbrio entre gerar valor para o acionista e, ao mesmo tempo, compartilhar valor com toda a sociedade.

No centro do debate empresarial, o senso de propósito das empresas, além de ser determinante para se conectar à sociedade, influencia a forma como investidores avaliam as carteiras de investimentos. O sucesso de longo prazo do negócio, portanto, é ter estratégia integrada às temáticas de ESG, atendendo às necessidades dos stakeholders.

Os princípios ESG vão acelerar a busca da governança corporativa, da prosperidade econômica e do respeito com as pessoas e o planeta. Os desafios são sistêmicos e complexos, mas a inspiração central para mover o mundo empresarial é lembrar que seu desenvolvimento econômico deve ter conexão com um propósito maior: ser uma solução para a sociedade.

Sabemos que tudo gera impacto. Todas as empresas geram as chamadas externalidades a partir de suas operações, mas o foco deve ser alcançar um modelo de negócios que promova o maior impacto positivo possível. Os indicadores de sucesso dessas organizações são transformar os ODS em gestão e estratégia pela consolidação de seus propósitos.

De Shareholders para Stakeholders
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Por isso, acredito ser importante que empresas passem a identificar, gerir e entender os valores econômicos de seus impactos, assim como os de suas atividades diretas, sejam eles positivos ou negativos – sendo transparentes no reporte e compartilhamento de seus avanços. Um dos elementos-chave para esse avanço é a adoção de métricas que permitam comparar os resultados dessas ações, como hoje fazemos com receita, lucro e outros indicadores.

O impacto que geramos no mundo e na sociedade precisa ser parte da decisão e gerido em todas as suas dimensões.

O Integrated Profit and Loss (IP&L), por exemplo, é uma ferramenta inovadora desenvolvida pela Natura para garantir que a gestão e a tomada de decisão estejam, de fato, conduzindo a empresa a seguir gerando impacto positivo por sua operação.

Criamos um modelo de avaliação de resultados que mensura o potencial da natureza e das pessoas, um “capital invisível” para mudar o futuro do planeta, atualmente subestimado pelo sistema econômico.

Ao atribuir a mesma métrica a tudo o que possui valor é possível comparar a importância relativa de atividades muito diferentes, visando potencializar os efeitos positivos, ao mesmo tempo que mitigar os negativos.

“Impacto é o novo lucro”, pois a sociedade vê valor em quem, de fato, gera valor para todos. O grande desafio aqui é ….. leia mais em Valor Econômico 20/04/2022