A onda de demissões em empresas de tecnologia do Vale do Silício, nos Estados Unidos, trouxe efeito negativo aos valuations de algumas startups, o que vem dificultando ainda mais a chance delas realizarem suas ofertas públicas iniciais (IPO, em inglês) segundo reportagem do Financial Times.

O motivo é que os profissionais desligados dessas empresas têm, normalmente, um prazo de 60 dias para vender suas participações nas startups. Isso gerou um grande fluxo ao mercado secundário, em que fundos de venture capital, por exemplo, adquirem essas ações por valores menores do que os de avaliação dessas companhias.

O cenário, indica Greg Martin, diretor da Rainmaker Securities, corretora que atua neste mercado, tem derrubado o valor de mercado de muitas startups e tornou mais difícil estimar um valuation justo ao negócio. “Em geral, estamos vendo um declínio de 30 a 80% no preço de um ano atrás”, disse Martin, ao FT.

Demitidos do Vale do Silício vendem participações em startups
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A corretora cita como exemplo a Anduril, uma empresa de inteligência artificial do setor de defesa, cuja ações no mercado privado eram negociadas a US$ 31,50 em março e que atualmente estão são vendidas a US$ 16,95. Mas também existem casos parecidos em fintechs como Klarna, Chime, Strie e o e-commerce Instacart.

O chefe de um fundo de capital de risco em tecnologia no Vale do Silício ouvido pela reportagem disse que recebeu dez vezes mais ofertas para investir em empresas por meio de vendas secundárias de ações neste mês do que o normal.

Seca de IPOs é um dos motivos

As startups teriam facilitado a venda de participações dos funcionários no mercado secundário neste ano em função da escassez de IPOs no horizonte – uma vez que os profissionais poderiam negociar suas ações na Bolsa.

“As empresas que planejavam abrir o capital este ano estão lutando para encontrar opções de empréstimo ou vender ações nos mercados secundários”, relatou Kevin Swan, especialista em mercados privados do Morgan Stanley… leia mais em InfoMoney 30/12/2022