Dono da Granja Faria compra espanhola Hevo em primeiro passo internacional
Após se consolidar como líder do mercado de ovos no Brasil, o empresário Ricardo Faria, fundador e CEO da Granja Faria, fechou um acordo para a aquisição do Grupo Hevo. O segundo maior produtor de ovos da Espanha pertencia até então à gestora Cleon Capital.
A transação de 120 milhões de euros (cerca de R$ 735 milhões) foi feita por meio da Global Egg, uma holding no exterior que reúne a posição de Faria e de executivos da empresa, marcando a primeira aquisição do empresário no exterior. A ideia é usar esse veículo para a expansão internacional.
O pagamento será feito majoritariamente em dinheiro e uma fatia menor via a absorção de dívida de longo prazo do Grupo Hevo. “A companhia tem uma alavancagem pequena de cerca de 1 vez o Ebitda”, disse Faria ao Pipeline.
Com um faturamento de cerca de 180 milhões de euros, o Hevo Group tem 8% de market share na Espanha, com 15 granjas distribuídas em diversas regiões como Catalunha, Madri e Valência, um plantel de cerca de quatro milhões de aves e uma produção de 3 milhões de ovos por dia. São quatro marcas: Dagu, Ous Roig, Granja Agas e Avícola Larrabe, distribuídas nas principais cadeias de supermercado da Espanha.
“A Espanha tem um déficit na oferta de ovos e a meta é alcançar uma fatia de 30% desse mercado nos próximos cinco anos”, diz Faria. Por lá, o segmento é tão fragamentado quando no Brasil, onde a Granja Faria tem 10% do mercado.
Após alcançar a liderança no mercado brasileiro de ovos com a aquisição da Katayama Alimentos, em 2023, e da Vitagema, neste ano, o empresário passou a focar na internacionalização do grupo para diversificar o risco-Brasil. “Hoje temos uma exposição de 15% em moeda forte via as exportações da Granja Faria e, com a aquisição do Grupo Hevo, essa exposição passará para 40%”, diz Faria.
A decisão de iniciar a internacionalização pela Espanha se deve ao fato de ter encontrado companhias saudáveis, mas que performam abaixo da sua capacidade. A ideia é olhar outros mercados no sul da Europa como França e Portugal. Faria afirma que há muita oportunidade na região porque na União Europeia há praticamente um incentivo do governo para as empresas não crescerem. “Elas recebem um cheque do governo para manter o status quo e a gente está vindo com sangue novo”, diz Faria…. leia mais em Pipeline 13/11/2024