Em fevereiro de 2022, a HRTech Sólides recebeu um aporte de R$ 530 milhões, a maior captação já levantada por uma startup do setor na América Latina. Mônica Hauck, cofundadora e CEO da startup, participou do Fire Festival na tarde de quinta-feira (1/9) e falou sobre os altos e baixos do empreendedorismo e como uma mudança de rota ao quase falir a trouxe até o momento atual. “Empreender dá muito trabalho, é difícil, mas eu não desejo outra vida”, declarou.

Desde 2010, a Sólides oferece ferramentas para gestão de pessoas, apresentando crescimento médio de 40% ao ano até 2015, quando Hauck e o sócio, Alessandro Garcia, tomaram uma série de decisões erradas e quase quebraram. A partir daquele momento, a CEO decidiu pivotar a empresa, mesmo com todos os riscos que corriam.

“Eu me lembro até hoje. Estava no carro, chorando porque precisava demitir as pessoas e não tinha dinheiro na conta para arcar. Decidi continuar para construir uma coisa grande. A Sólides como existe hoje nasceu ali, é fruto da decisão no carro”, recordou a CEO.

Ela quase faliu mas conseguiu dar a volta por cima

Determinada a criar uma solução SaaS para gestão de pessoas em PMEs, ela desenhou um plano de negócios agressivo, com o objetivo de triplicar o crescimento por dois anos seguidos e depois, dobrá-lo por mais dois anos, ainda que a economia enfrentasse uma crise em 2015 e os investidores ainda não aportassem com frequência no segmento de RH. “Eu não tinha recursos, não tinha investidor, precisei demitir mais de metade do time, mas decidi pivotar a Sólides. Eu não tinha margem para errar, como não comecei do zero, já tinha um custo fixo”, apontou.

A CEO afirma que sabia que seria mais fácil contratar a equipe do zero, com especialistas no novo modelo de negócio, mas decidiu investir no desenvolvimento de parte da equipe, colocando a teste o produto da empresa, que pretendia auxiliar as PMEs do recrutamento e seleção até a retenção de talentos com o uso de dados para analisar produtividade. “Eu sabia qual perfil gostava ou não de mudanças, quem era mais inovador, quem precisava de segurança. Montei um plano de execução de acordo com o mapeamento comportamental da equipe. Deu certo porque usamos o nosso produto”, contou.

Validado o serviço, o próximo desafio foi vender para o novo público, as PMEs, a necessidade de digitalizar o processo de RH, abordando empresas que muitas vezes nem faziam gestão de pessoas. Segundo a CEO, o mercado não estava pronto para a solução e a saída foi focar na educação dos empreendedores. “O país perde bilhões de reais por rotatividade de funcionários. O maior centro de custo das empresas é a folha de pagamento, eles gastam e sabem que precisam fazer alguma coisa, faltava alguém para ensinar”, declarou. No último mês, a Sólides conquistou mil novos clientes, chegando a empresas cada vez menores.

Sobre o aporte recebido neste ano da gestora americana de private equity Warburg Pincus, Hauck afirma que é o resultado de uma jornada de construção de reputação e credibilidade, mas frisa que captações não são garantia de sucesso, apontando que sem um plano de negócios bem definido, um aporte pode ser o… leia mais em PEGN 02/09/2022