Discussões sobre fusões e aquisições na área da saúde apresentaram as constantes mudanças do setor, porém com um fator preponderante acima de qualquer acordo: o ativo primordial, mais do que financeiro, são as pessoas

No terceiro dia da Medical Fair em São Paulo, considerada o maior evento do segmento médico-hospitalar do mundo, o auditório FBAH recebeu especialistas de fundos de investimento e operadoras de saúde para discutirem fusões, aquisições e abertura de capital no setor da saúde. Entre os principais pontos discutidos, considerando a implantação de modelos individuais, coletivos, vendas de carteiras e outros, um ativo foi levantado pelos especialistas como fundamental para o sucesso de fusões, aquisições e abertura de capital: as pessoas.

De acordo com Cátia Horsts, CEO da Rhopen, consultoria de RH, esse processo começa pelos donos da operação, indo para as lideranças de área e, por fim, as equipes. “Durante processos de fusões, aquisições e abertura de capital, os acordos feitos viram contrato jurídico. Mas antes disso há vaidades, expectativas, sonhos, medos. Ou seja, você chega no momento de lidar com o principal ativo da sua operação: pessoas. São elas que irão definir o verdadeiro sucesso da sua nova empresa”, declara a executiva.

Cátia ressalta que, durante esses processos, mais do que considerar as pessoas chave da companhia que precisam permanecer, é entender com clareza as condições que a nova operação irá rodar, e como isso irá impactar as equipes novas e remanescentes. “Costumo dizer que, mais do que juridicamente bem amarrado, o contrato é bom quando ele não precisa ser tirado da gaveta. Ou seja: os termos e condições estão claros e bem aplicados à cultura corporativa”.

Predominância de culturas e pontos cegos na gestão de pessoas – ainda de acordo com a especialista, um aspecto fundamental que as empresas precisam considerar na fusão ou aquisição entre companhias de culturas distintas é como isso será adequado e refletido para todo o novo negócio. “Há um senso comum de que a empresa que entra com o maior montante de capital é aquela cuja cultura deve predominar, e essa é uma ideia bastante equivocada. Nem sempre a organização que tem a maior fatia financeira da operação apresenta a melhor cultura, e, portanto, a que deve ser imposta”, destaca. “Sendo as pessoas o principal ativo dessas operações, é fundamental que as companhias envolvidas trabalhem em sinergia e definam denominadores comuns que resultem em premissas que gerem um bom clima organizacional”, acrescenta Cátia.

“Outra frente muitas vezes negligenciada nesses processos é a gestão operacional de pessoas, aquela zona cinzenta entre a equipe de Departamento Pessoal e os sistemas. Os executivos que encabeçam esses processos ficam tão focados nos capitais investidos que deixam de passar o ‘pente fino’ nessa frente e, com isso, acabam perdendo quantias preciosas para a operação da nova companhia”, finaliza a especialista… Leia mais em segs 06/05/2022