Para os IPOs (ofertas iniciais de ações, na sigla em inglês), os banqueiros avaliam que 2017 será bem melhor do que o ano passado. Três companhias – as locadoras de veículos Movida e Unidas e a empresa de diagnósticos Hermes Pardini – já ingressaram na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com pedidos para fazer suas ofertas iniciais de ações.

Se essas operações se concretizarem, já será um cenário bastante diferente do que se viu em 2016, quando apenas a empresa de diagnóstico Alliar estreou na bolsa de valores, em outubro, depois de um ano e meio sem IPOs no Brasil. O preço do papel saiu na oferta a R$ 20, bastante próximo do piso, mas acabou por sofrer forte desvalorização desde então. Ontem, valia R$ 14,60.

Outras duas, a companhia de saneamento Sanepar e a distribuidora de energia Energisa, fizeram o chamado “re-IPO”, que acontece quando uma empresa que já é listada passa por um novo processo de fixação de preços de suas ações.

As empresas dos setores de saúde, energia, educação e finanças são as mais fortes candidatas a realizar ofertas de ações, na avaliação dos executivos, tanto em IPOs quanto em ofertas subsequentes.

Nem todas as companhias, no entanto, devem contar com o apetite dos investidores.

“Vejo espaço para companhias que dependam pouco do crescimento da economia, com histórias mais defensivas”, afirma Marcelo Millen, diretor de mercado de capitais para ofertas de ações do Credit Suisse.

A incorporadora Tenda, por exemplo, acabou desistindo de fazer uma oferta de ações em dezembro diante da fraca demanda dos investidores. Os recursos levantados na operação serviriam basicamente para a desalavancagem da controladora, a Gafisa.

Uma visibilidade maior de quando o crescimento econômico acontecerá também pode acelerar a captação de recursos via bolsa de valores. “Agora que o Banco Central chegou à conclusão de que a atividade está parada, vemos uma aceleração na queda da taxa de juros. Isso vai trazer confiança ao investidor”, afirma Hans Lin, responsável pelo banco de investimento do Bank of America Merrill Lynch no Brasil (BofA). “O mercado vai ter que ganhar mais confiança com os indicadores macroeconômicos. Com estabilidade, consigo ver entre 20 e 25 emissões. Vai ter combinação de alguns bons IPOs.” – Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 03/01/2017