Declaração confirma rumores que surgiram há três meses e reforça ideia de que capital institucional está voltando ao setor de criptomoedas.

O Soros Fund Management, family office do polêmico investidor George Soros, comprou Bitcoin (BTC). Em entrevista à Bloomberg na terça-feira (5), o CEO e CIO, Dawn Fitzpatrick, disse que o fundo tem “algumas moedas, [mas] não muitas”.

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A declaração confirma um rumor que circulou em julho deste ano, que foi recebido com surpresa dado o histórico do bilionário fundador da Open Society Foundation.

Em janeiro de 2018, logo após o Bitcoin bater sua então máxima histórica de cerca de US$ 20.000, Soros criticou a criptomoeda afirmando que sua alta volatilidade a impediria de um dia ser usada para pagar salários “É uma especulação. Baseada em um desentendimento”, disse.

No entanto, quase três anos mais tarde, em dezembro de 2020, o jogador de futebol americano Russell Okung se tornaria o primeiro atleta de uma grande liga de esportes a converter metade de seu salário em Bitcoin, movimento depois seguido por outros integrantes de times da liga profissional dos EUA, a NFL.

Guinada do fundo

A guinada do fundo de Soros, no entanto, também reflete uma tendência que já havia aparecido em pesquisas ao longo de 2021. Também em julho, um levantamento do Goldman Sachs com 150 family offices pelo mundo mostrou que quase a metade (45%) pretendia ter exposição à criptomoeda como estratégia de tesouraria.

Uma parcela dos family offices, segundo a pesquisa, teria começado a olhar para o Bitcoin como instrumento de proteção contra o aumento da inflação e a redução das taxas de juros, entre outras consequências dos estímulos fiscais de bancos centrais em meio à crise econômica causada pela pandemia.

No entanto, para Fitzpatrick, a criptomoeda já é mais que um hedge. “Não tenho certeza se o Bitcoin é visto apenas como uma proteção contra a inflação. Eu acho que ele cruzou o abismo para o mainstream. As criptomoedas agora têm uma capitalização de mercado de mais de US$ 2 trilhões. Há 200 milhões de usuários em todo o mundo, então acho que ele se tornou popular”, afirmou.

Dados coletados pelo Goldman apontaram que os family offices olhavam com atenção para avanços do lado regulatório para decidir ou não pelo investimento em criptomoedas. A discussão evoluiu desde então, e o governo americano já fala ativamente em regular o setor, ao passo que a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) enfatiza que não pretende tornar o Bitcoin ilegal……. Leia mais em infomoney 06/10/2021