A startup FieldPro, que desenvolve tecnologias próprias para previsão de microclima em fazendas, tem um novo sócio: Leonardo Maggi, neto do fundador da Amaggi, um dos maiores grupos agrícolas do Brasil, com negócios nas áreas de produção, energia e logística.

O valor do aporte não foi revelado, mas segundo os fundadores, encaminha o negócio para abrir uma rodada de captação série A em um futuro não muito distante.

Leonardo, que tem a fama de “provocador” dentro do grupo familiar, por sua inquietação e apetite por inovação, fez o aporte com recursos próprios e será um dos sócios com mais cotas dentro da empresa. Essa é a segunda agtech em que ele investe seu dinheiro. A primeira foi a Inceres.

FieldPro recebe investimento de Leonardo Maggi
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Gestão de riscos

Com menos de cinco anos de estrada, a FieldPro acumula conquistas e parcerias importantes no segmento, como o Banco do Brasil e a própria Amaggi, que é um dos principais clientes da startup. Com o aporte, a empresa coloca os Estados Unidos como alvo de expansão do negócio, onde vê muitos clientes com perfil semelhante aos do Brasil: produtores de soja, milho e algodão.

“Em maio, já vamos entrar com produtor por lá. Brasil e Estados Unidos são um mercado só. Se tiver risco lá, vou entender quanto pode aumentar o custo aqui. O clima é muito conectado. Se lá está muito frio, aqui está muito calor. E vice-versa. Ou seja, estando nesses dois países, tenho previsibilidade maior de risco e retorno”, afirma Ricardo Sodré, CEO e fundador da startup.

Gestão de riscos é a essência do negócio, dizem os sócios. Com mais de 500 estações meteorológicas pelos campos brasileiros, todas fabricadas com tecnologia própria, que combina big data, inteligência artificial e muitos sensores acoplados, a FieldPro cruza dados públicos e privados para gerar informações em tempo real do que pode acontecer e dar orientações para cada etapa do processo produtivo (plantio, tratos culturais, dessecação de lavoura e colheita, por exemplo).

Aplicação além do campo

Toda essa tecnologia, que inclui processamento de dados em modelos meteorológicos fora do Brasil, pode ser aplicada e usada por outros segmentos, além do produtor rural.

A possibilidade de explorar novas frentes foi crucial para Leonardo Maggi embarcar no negócio, conta ele. “Vejo como oportunidade enorme, não só para o agro e para o monitoramento climático para ter segurança de produtividade. Vejo isso indo para diversas indústrias: transporte rodoviário, construção, mineração, logística marítima. O equipamento oferece mais do que previsão do tempo. Faz uma análise de solo, do microclima e isso pode ser fundamental para empresas que vendem seguro rural, por exemplo”, diz o investidor.

“Com a mudança climática, infelizmente o jeito que se monitorava não tem mais a mesma efetividade, porque hoje está mais localizado. Queremos ter mais dados, para assim trazer maior entendimento de pequenas áreas. A partir do momento que tivermos uma massa crítica de dados, vamos comprovar que o entendimento do microclima faz muita diferença”, acrescenta Sodré.

Contratações

O plano de crescimento da empresa inclui contratação de novos profissionais, em São Paulo, sede da empresa, além de uma equipe em solo norte-americano. “Teremos mais analistas de risco aqui e nos Estados Unidos, um líder regional e um customer success (sucesso do cliente, em inglês). Hoje somos em 18 pessoas, vamos para 25 no Brasil e mais dois fora”, afirma Mariana Vianna, cofundadora da empresa… leia mais em Globo Rural 27/01/2023