O papel do gás natural na transição brasileira em direção a uma matriz energética mais renovável dependerá da implementação de uma infraestrutura flexível, que proporcione sinergias com outras fontes, como o biogás e o hidrogênio verde. A complementaridade e as sinergias que o gás pode oferecer foram alguns dos pontos em comum levantados por especialistas no painel “O papel do gás natural na transição energética no Brasil”, apresentado na Rio Oil & Gas.

O presidente da EPE, Thiago Barral, lembrou que a participação do gás natural na matriz energética brasileira cresceu de 6,5% para 13,5% no período entre 2001 e 2021. Na visão dele, o gás natural pode servir para complementar a demanda energética brasileira, mas os projetos de geração a partir deste combustível precisam “ter no seu DNA uma flexibilidade” que permita a integração com a indústria do hidrogênio, do gás e do biometano.

Flexibilidade e sinergias devem nortear investimento

O vice-presidente da Abiogás, Gabriel Kropsch, destacou o fato de 55% da matriz energética nacional ainda ser dependente de fontes fósseis. Para Kropsch, o papel do biogás nesse contexto de integração é “de aliado do gás natural”, uma vez que se trata de uma fonte de energia firme com oferta não-sazonal. Ele estimou o potencial de aproveitamento energético do país em 120 milhões de metros cúbicos por dia de biometano equivalente.

Já o diretor-presidente da consultoria PSR, Luiz Augusto Barroso, frisou que o gás natural cresce em relevância no planejamento energético quando são analisados fatores como a flexibilidade e a resiliência do sistema e não apenas a confiabilidade e o aumento da demanda gerado pelo crescimento econômico… leia mais em Valor Econômico 27/09/2022