Idealizada pelo brasileiro Pedro Moura e pela estadunidense Jessica Eting, a Flourish Fi, startup fundada no Vale do Silício (EUA), anuncia nesta quarta-feira (23/11) a captação de R$ 12 milhões (US$ 2,3 milhões). A rodada seed foi liderada pelo fundo Magma Partners e, segundo Moura, vem para “apertar parafusos do produto” antes de uma futura Série A.

Com foco em empresas de médio porte, a fintech — que não revela faturamento nem valuation — oferece soluções para melhorar o relacionamento de bancos e instituições financeiras com seus usuários. Para isso, tem uma tecnologia que pode ser implementada dentro dos apps dos clientes, com conteúdo de educação financeira e um sistema de recompensas para quem economizar ou fizer investimentos, por exemplo.

Um dos destinos do aporte é exatamente investir em dados e ciência comportamental para melhorar a ferramenta. “Hoje, a Netflix sabe qual é o próximo programa que o cliente quer assistir para fazer sua recomendação. Queremos fazer o mesmo no mercado financeiro, sabendo quais são as próximas ações que o consumidor deve tomar para chegar às suas metas financeiras”, afirma Moura.

Flourish Fi fundada por brasileiro
Imagem/ Flourish Fi

A startup nasceu em 2018 como Flourish Savings. Na época, era uma conta digital com foco no público jovem dos EUA e em ajudá-los a gerir finanças. A pivotagem veio em 2020, quando mudou de nome, mirou no B2B e passou a oferecer a atual tecnologia. Apesar de ter conseguido como primeiros clientes entidades do calibre de Sicoob e Banco Carrefour, a companhia mudou o foco para médias empresas cerca de seis meses depois. “Para nós, funcionava melhor trabalhar com instituições em que os processos de tomada de decisão são mais velozes, na comparação com grandes empresas”, explica Moura. “Isso nos ajuda a melhorar e lançar novas funcionalidades sem esperar meses por aprovação.”

Atuando no Brasil, na Bolívia e nos Estados Unidos, a startup tem entre seus clientes atuais Qista, MK Bank, Tricolar e BancoSol. Em breve, o empreendedor espera fechar um contrato com uma instituição no México. Embora a atenção esteja em organizações menores, Moura diz que grandes empresas estão no pipeline e devem entrar no escopo em algum momento.

O primeiro investimento na Flourish ocorreu em março de 2021, quando a empresa levantou uma rodada pré-seed de US$ 1,5 milhão, liderada pelo fundo Canary, com participação de Brian Requarth, fundador do Viva Real e do ecossistema de inovação Latitud (ao lado dos empresários Gina Gotthilf e o Yuri Danilchenko). Segundo o CEO, o dinheiro foi direcionado a estratégias de crescimento. Naquele momento, a empresa tinha projetos piloto em fase de testes e buscava consolidação frente aos clientes.

A busca pela nova captação começou em maio deste ano, com a constatação pelos founders de que a Flourish “tinha valor para o mercado”. “As instituições financeiras estavam renovando o contrato”, comenta o empreendedor. Segundo Moura, ele e a sócia foram em busca de investidores early stage e Série A que já tivessem aportado em fintechs. “Para nós, também era importante que tivessem valores de impacto social como os nossos”, afirma. Como exemplo, ele lembra o investimento do Strive Community Fund, da Mastercard: há alguns meses, a Flourish foi selecionada e recebeu US$ 330 mil para auxiliar na digitalização bancária de microempreendedores de favelas brasileiras.

O CEO vê diferenças no processo de captação de agora e na rodada anterior: “Na primeira, tínhamos o time, uma visão e um mercado grande para entrar. Hoje, mostramos que conseguimos sair de projetos piloto para ter uma receita recorrente de centenas de milhares de dólares. Passamos de três clientes para mais de 10”. Os planos agora são, em um ano e meio, conseguir uma captação em Série A e chegar a 25 nomes na carteira… leia mais em PEGN 23/11/2022