Edgard Corrochano está colocando de pé a terceira empresa no setor de energia renovável da carreira. Depois de estruturar e comandar a operação da espanhola Gamesa Eólica no Brasil, fabricante de aerogeradores vendida à Siemens, e fundar a geradora Echoenergia ao lado do fundo inglês Actis, vendida por R$ 6,7 bilhões à Equatorial no ano passado, Eddie acaba de fundar a geradora renovável Newave Energia.

A Newave já tem 2,5 GW em projetos de energia eólica e solar – mas ela é só uma parte do plano. A geradora é na verdade o primeiro investimento de um negócio mais amplo, a Newave Capital, gestora especializada em energia, cofundada com Daniel McQuoid, ex-CEO do Bank of America no país, e com a XP Investimentos de sócia minoritária. Na geradora, o investimento foi com capital proprietário dos sócios, mas a Newave Capital já começou a estruturar uma captação com terceiros.

“É um mercado ainda pouco explorado no universo das assets. Criamos uma gestora com foco no setor de energia e com conhecimento na economia real, já vivemos vários ciclos do setor e a tendência, com isso, é ser um alocador de capital eficiente”, diz Eddie Corrochano. “É muito diferente o conhecimento da Faria Lima na planilha e o de quem tocou operacionalmente um projeto de energia”, emenda Leon Goldberg, sócio da XP.Fundador da Echoenergia cria gestora

A Echoenergia se transformou numa das maiores companhias do setor com apenas seis anos de operação, investindo quase R$ 6 bilhões em usinas eólicas e solar no Nordeste e uma das pioneiras no mercado livre de energia, uma experiência que Eddie quer replicar na nova operação. “É um momento parecido com o que começamos a Echoenergia. Juros altos, incerteza econômica, volatilidade, que abrem oportunidade do investimento contra cíclico em projetos operacionais”, diz.

A Newave Energia já é uma companhia em funcionamento, com um time de 30 pessoas, e com uma comercializadora para venda de energia no varejo, de olho na crescente demanda de empresas de diferentes portes no mercado livre. “A partir de 2024, cerca de 70 mil consumidores que hoje não podem sair da distribuidora vão poder comprar energia no mercado livre também, aumentando esse universo de clientes corporativos. Com a verticalização, essa energia chega ao consumidor 20% mais barata”, diz.

É não só a potencial distribuição de produtos financeiros para financiar esses projetos mas também essa distribuição da energia na ponta que atraiu a XP como sócia. “A XP fez a democratização no acesso a investimento e algum tempo já vem pensando sobre estar mais próxima do desenvolvimento da infraestrutura brasileira, um pilar super importante no país”, diz Goldberg. “Na Newave, vimos que há essa possibilidade de democratização da energia para o varejo também e temos o know-how em fundos, então o projeto casa muito com nossa cultura”.

É a 10ª gestora independente no portfólio de participações da XP e a primeira com foco em energia. A Newave Capital quer fazer desde estruturação de dívida a private equity para os projetos em casa e pode incluir fundos segmentados. “No ano que vem haverá um dos maiores leilões de transmissão de energia do Brasil, podemos captar um fundo para esse segmento. Também vamos olhar subsetores de infraestrutura além da energia elétrica num segundo momento”, diz Eddie… leia mais em Pipeline 23/11/2022