Fundo de private equity IG4 compra dois hospitais em meio à pandemia
O fundo de private equity IG4 comprou por meio de sua recentemente criada empresa de saúde OPY Health, dois hospitais por 200 milhões de reais em meio à pandemia de coronavirus, segundo fontes com conhecimento do assunto.
A última compra, do hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz, foi fechada na sexta-feira. O hospital Metropolitano, em Belo Horizonte, foi comprado pela OPY em março. Ambos servem prioritariamente pacientes do sistema público de saúde, que não tem planos privados de saúde.
O hospital de Manaus foi adquirido do grupo espanhol Abengoa SA , em recuperação judicial. O de Belo Horizonte pertencia ao conglomerado Andrade Gutierrez.
Procurado no sábado, o fundo não respondeu imediatamente ao pedido de comentário.
A OPY está em negociações para adquirir outros seis hospitais brasileiros, segundo as fontes, que pediram anonimato para revelar conversas privadas. Ao menos outros dois hospitais podem ser adquiridos até o fim do ano.
O hospital Metropolitano tem 440 leitos e o de Manaus, 380 leitos, recentemente convertidos para UTI para enfrentar a epidemia de coronavirus. Manaus foi uma das cidades onde o sistema de saúde entrou em colapso devido a pandemia.
A OPY está planejando expandir o número de leitos de ambos hospitais, esperando um crescimento da demanda pelos serviços de saúde públicos.
Os hospitais são os primeiros investimentos do fundo de 250 milhões de dólares focado em América Latina captado pelo IG4 em março, principalmente com investidores europeus.
Os dois hospitais juntos terão uma receita anual de 220 milhões de reais e margem Ebitda de cerca de 50%, segundo as fontes.
O modelo de investimento da OPY Health segue exemplos do Reino Unido e Canadá, onde empresas privadas são donas e administram hospitais que prestam serviços ao sistema público. A OPY será dona dos prédios dos hospitais, equipamentos médicos e fará todo o serviço administrativo do hospital, desde aquisição de medicamentos a serviços de segurança e lavanderia.
A parte médica continua com uma administração separada, liderada normalmente pelas equipes de cada hospital. No Reino Unido, as maiores empresas donas de infraestrutura hospitalar são listadas em bolsa, como a Primary Health Properties Plc .
É uma estratégia diferente de outros investidores estrangeiros no setor de saúde, como Carlyle e GIC, que investiram na Rede D’Or, de hospitais que atendem mais a clientes de renda média e alta, que têm seguros privados de saúde. Por Tatiana Bautzer (Reuters) – Leia mais em noticias.r7 30/05/2020