O mercado brasileiro de fusões & aquisições em março de 2023 retorna ao patamar 20 meses atrás – julho/21 . Queda de 25,3%, com 115 negócios realizados. Os setores de Tecnologia da Informação, Alimentos e Bebidas  e Hospitais e Lab. Análises Saúde foram os mais ativos e os investidores nacionais predominaram.

Os negócios incorporados no nosso banco de dados no 1ºT2023, tiveram as seguintes caraterística como suas credenciais: (i) Tecnologia da Informação foi o setor de maior apetite, tanto em volume como em investimento, com 129 transações e investimentos de R$ 4,9 bilhões; (ii)   Retorno ao patamar de transações de 20 meses atrás – julho/21, no volume acumulado dos últimos 12 meses; (iii) O volume de transações sinaliza queda em praticamente todos os intervalos de portes.  Foi o trimestre de menor volume nos últimos 11 trimestres. Só foi superado pelo 2ºT2020, no auge da pandemia; (iv) A oferta subsequente (follow-on) do atacarejo, quebra um jejum de ofertas de ações na Bolsa brasileira em 2023; (v) 75% do volume dos negócios são até R$ 50 MM e mais de 88% dos investimentos são de negócios acima de R$ 50 MM;  (vi) Foram concretizados 5 Megadeals de valor (divulgado) superior a R$ 1,0 bilhão – quatro só em março;

• No mês de março foram realizadas 115 transações em 24 setores da economia brasileira, aumento de 1,7%, em relação ao mês anterior e investimento de R$ 13,4 bilhões. Se comparado com o mesmo mês do ano anterior, as quedas foram de 25,3% no volume e de 38,9% nos investimentos;
• No 1ºT2023, com 332 operações e investimentos de R$ 27,3 bilhões, representa queda 24,2% no volume e de redução de 73,9% no valor, em relação ao mesmo período do ano passado;
• Este ano, além da crise bancária internacional assistimos a combinação turbulenta das incertezas macroeconômicas, os mercados de capitais voláteis, o rápido aumento das taxas de juros e o impacto da inflação, contribuindo para que muitas corporações se concentrassem internamente em vez de fazer aquisições;
• Queda de 2,3% do acumulado dos últimos doze meses, 1.646 operações, comparado com o mesmo período do mês anterior. Já em relação ao acumulado dos 12 meses até mar/22, a redução é de 16,7%. Voltamos ao patamar de transações de 20 meses atrás – julho/21;
• Os setores de maior apetite, além de TI, destacam-se Alimentos e Bebidas e Hospitais e Lab. Análises Saúde.
• Foram 248 transações de porte até R$ 50 milhões no acumulado do ano, com queda tanto no volume como nos investimentos de 19,5 % e 32,1%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano anterior;
• O total das operações de valores superiores a R$ 50 milhões alcançou 84 no ano, equivalente a uma redução de 35,4%. Os investimento por sua vez alcançaram R$ 24,2 bilhões com uma queda de 75,9%;
• Foram concretizados 5 Megadeals no 1ºT2023 de valor (divulgado) superior a R$ 1,0 bilhão;
• Os investimentos realizados nas operações de porte de R$ 50 a R$ 500 milhões foram os que registraram a menor queda 8,0%. E a maior redução – 87,8%, ocorreu nas operações acima de R$ 1,0 bilhão;
• O volume de transações do 1ºT2023 sinaliza queda em praticamente todos os intervalos de portes.  Foi o trimestre de menor volume nos últimos 11 trimestres. Só foi superado pelo 2ºT2020, no auge da pandemia;
• Valor médio das transações no acumulado do 1ºT2023 registra queda de 65,6% em relação ao mesmo período do ano passado;
• Quanto ao valor médio das transações por Setor, 30 realizaram transações no 1ºT2023, correspondendo a um valor médio de R$ 82,4 milhões. Destes, 19 setores registraram valor médio abaixo da média do trimestre;
• Predomínio dos Investidores Estratégicos, com 233 operações,  mesmo c0m a redução verificada de 17,7% no volume e queda de 65,2% nos investimentos, comparativamente ao 1ºT 2022;
• Os investidores Financeiros registraram queda tanto no volume como no montante dos investimentos, de 36,1 % e 89,4% , respectivamente, no acumulado do ano;
• Investidores Nacionais com maior apetite no 1ºT2023, registraram 282 negócios, queda de 21,9%, e o montante de R$ 19,3 bilhões, com reducão de 75,3%;
• No ano os Investidores Estrangeiros registraram 50 negócios, diminuição de 35,1%, e investimento de R$ 8,1 bilhões, com redução de 69,8%;
• Foram mapeados 12 negócios realizados por investidores de 6 países. Os EUA, com 6 operações e investimento da ordem de R$ 277,0 milhões foi o de maior apetite;
• Maior transação do mês de março/2023, foi a oferta subsequente (follow-on) do atacarejo Assaí, quebrando um jejum de ofertas de ações na Bolsa brasileira em 2023, embolsando R$ 4,06 bilhões.

ANÁLISE DO MÊS

Redução da concentração setorial

Os 5 setores mais ativos – TOP 5 – responderam no mês de março/23 por 64,3% do total das operações, contra 70,1% no mesmo mês do ano passado, representando um aumento da participação dos demais setores diante da redução do grau de concentração dos TOPs 5,

Crescimento de 1,8% do número de operações em relação ao mês anterior

Foram divulgadas com destaque pela imprensa no mês de março 1115 transações em 24 setores da economia brasileira, registrando um crescimento de 1,8% em relação ao mês anterior (113 operações).

Confrontando com o mesmo mês do ano anterior, constata-se uma queda de 25,3%, quando foram apuradas 154 negócios.

Evolução nos últimos 5 anos

No acumulado do primeiro trimestre de 2023, apuradas 332 operações, registrando uma queda de 24,2% se confrontado com 1ºT 2022, quando foram realizadas 438 operações.

Maiores apetites x maiores quedas.

Setores mais representativos no 1ºT2023. No gráfico dos setores mais ativos no acumulado do corrente ano, além de TI, destacam-se Alimentos e Bebidas e Hospitais e Lab. Análises Saúde.

Dos 40 setores monitorados pelo PORTAL 28 setores realizaram operações no mês de março nos dois últimos anos (2022 e 2023), sendo que 12 apresentaram crescimento, enquanto 16 (57,1%) registraram queda na atividade de transações de fusões e aquisições no comparativo entre os meses assinalados. No gráfico abaixo destacamos os setores de maior apetite com seus crescimentos e quedas no ano.

O acumulado do volume de transações dos últimos doze meses continua em queda

Março registra queda de 2,3% do número de transações de M&A acumuladas nos últimos doze meses, com 1.646 operações, comparativamente com o mesmo período do mês anterior. Já em relação ao mesmo período acumulado do ano anterior – mar/22, a queda é de 16,7%. Voltamos ao patamar de transações de 20 meses atrás – julho/21.

No gráfico do acumulado, pode-se inferir ciclos distintos de crescimento e queda do número de transações. Destaca prováveis fatores que mais estão repercutindo nas expectativas de investimentos e, no detalhe, (i) a evolução da série histórica do índice BOVESPA (desempenho das ações negociadas na B3), no mesmo período, e (ii) a evolução da taxa de câmbio.

Há dois ano, o 1ºT completava um ano da trágica pandemia no Brasil. Por sua vez, o 1ºT 2022 foi marcado pela invasão da Rússia na Ucrânia. Este ano, o 1ºT2023, tem como destaque a crise bancária internacional com a quebra do Silicon Valley Bank (SVB), do Signature Bank; e a aquisição do Credit Suisse pelo UBS. E não menos importante as incertezas macroeconômicas, os mercados de capitais voláteis, o rápido aumento das taxas de juros e o impacto da inflação. As turbulências dessa combinação fizeram com que muitas empresas se concentrassem internamente em vez de fazer aquisições.

Porte das transações: predomínio dos pequenos enquanto os grandes estão cautelosos

Das 115 transações apuradas no mês, 86 são de porte até R$ 49,9 milhões – 74,8 % do total e responderam por 7,1 % do seu valor. No acumulado do ano, para este mesmo porte de operações, registraram-se 248 transações representando 74,7% do total e 11,6% do valor. Os investidores estão se concentrando cada vez mais em negócios de menor porte. Impactando uma queda de 19,5% no volume e de 32,1 % em valor, comparado com o mesmo trimestre do ano anterior.

Já para as operações de porte superior a R$ 50 milhões – 1ºT2023 – foram 84 transações significando uma queda de 35,4% em comparação com o ano passado, quando foram concretizadas 130 operações e movimentaram R$ 24,2 bilhões representando uma queda de 75,9%.

Vale destacar que a maior queda ocorreu nas transações de porte acima de R$ 1,0 bilhão, que registrou 5 negócios, com uma redução de 79,2%, impactada sobretudo pela pela turbulência econômica.

No comparativo das participações das transações no 1º trim./23, permite identificar a variação do volume – percentual – em função do porte, ao longo dos últimos 3 anos.

A mudança estrutural mais significativa em relação ao mesmo trimestre do ano passado está na redução do volume das transações de porte acima de R$ 500 milhões. De outro lado, as operações de montante até R$ 50 milhões aumentaram sua participação relativa de 67,2% para 74,7%.

Trimestral: impacto significativo

O volume de transações do 1ºT23 sinaliza queda em praticamente todos os intervalos de portes. E a redução do volume de operações superior a R$ 1,0 bilhão é a que mais se destaca.

E se comparar com os últimos 3 trimestres fica mais evidente. E foi o período de menor expressão dos últimos 11 trimestres. Só foi superado pelo 2ºT2020, no auge da pandemia.

Queda de 38,9% do montante dos investimentos em relação ao mesmo mês do ano anterior

Quanto aos montantes dos negócios realizados no mês, estima-se o total de R$ 13,4 bilhões, com uma queda de 38,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior – considerando Valores Divulgados (78,3%) e Não Divulgados/Estimados (21,7%). Em relação ao mês anterior, verifica-se um crescimento de 68,8% quando atingiu o montante de R$ 7,96 bilhões.

Redução de 73,9% do montante dos investimentos no acumulado do ano. Quanto aos montantes dos negócios realizados no 1ºT2023 estima-se o total de R$ 27,3 bilhões, representando uma queda de 73,9% em relação ao mesmo período de 2022.

Os investimentos realizados nas operações de porte de R$ 50 a R$ 500 milhões foram os que registraram a menor queda 8,0%. E a maior redução – 87,8%, ocorreu nas operações acima de R$ 1,0 bilhão.

Distribuição dos montantes trimestrais das transações por porte

Vale notar que a queda do volume do 1ºT2023 foi generalizada em todos os portes.

No comparativo das participações das transações no 1ºT2023, permite identificar a variação dos investimentos – percentual – em função do porte, ao longo dos últimos 3 anos.

Merece registro a significativa redução da participação das transações de porte superior a R$ 1,0 bilhão em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto todos os demais portes aumentaram sua participação.

Valor médio das transações

Valor médio das transações no 1ºT2023 registra queda de 65,6% em relação ao mesmo período do ano passado. O valor médio das transações realizadas no acumulado do ano alcançou R$ 82,4 milhões, contra R$ 239,3 milhões no mesmo período de 2022, representando uma redução de 65,6%.As transações de porte de R$ 50 a R$ 500 milhões, foram as únicas que apresentaram crescimento comparativamente com o mesmo período do ano anterior.

Valor médio das transações por Setor

Foram 30 setores que realizaram transações no 1ºT2023, correspondendo a um valor médio de R$ 82,4 milhões. 19 setores registraram valor médio abaixo da média do trimestre.

Dinâmica & Origem dos Investidores

Investidores Estratégicos

Os Estratégicos tiveram queda de 17,7% no volume em relação ao acumulado do 1ºT2022 e registraram uma redução de 65,3% nos investimentos

O maior apetite neste mês ficou por conta dos investidores Estratégicos com 75 operações (65,2%), e responderam por 94,4% dos montantes investidos. No 1ºT2023, os Estratégicos, com 233 operações registraram queda de 17,7% em relação ao ano passado. Responderam por 70,2% dos negócios e 85,4% dos investimentos, no montante de R$ 23,3 bilhões, o que significa uma redução de 65,2% em relação ao mesmo período do ano de 2022.

Investidores Financeiros

Os investidores Financeiros tiveram uma redução de 36,1% no volume e redução de 89,4% no montante dos investimentos no 1ºT2023.

Realizaram 40 operações no mês de março num montante de R$ 0,8 bilhão. No acumulado do ano os investidores financeiros alcançaram 99 operações – redução de 36,1% – correspondendo a 29,8% dos negócios e 14,6% dos investimentos, no valor de R$ 4,0 bilhões, representando uma queda de 89,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Investidores Nacionais

Investidores Nacionais mesmo com maior apetite no acumulado do ano, registram uma queda no volume, de 21,9%, e redução no montante, de 75,3% .

Os investidores de Capital Nacional foram responsáveis no mês por 101 operações, 87,8%, e investimento da ordem de R$ 10,2 bilhões, correspondendo a 75,7% do total. No 1ºT2023, os nacionais foram responsáveis por 282 operações – queda de 21,9% em relação ao ano anterior, e responderam por 84,9% das operações. O investimento foi da ordem de R$ 19,3 bilhões, o equivalente a 70,5% do total, correspondendo a uma queda de 75,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Investidores Estrangeiros

No ano os Investidores Estrangeiros registraram queda tanto no volume de transações, 35,1% – como no valor dos investimentos – 69,8%.

Os investidores de Capital Estrangeiro realizaram no mês, 14 operações – 12,2% do total, no montante de R$ 3,3 bilhões – 24,3% do total. No acumulado do ano, os Estrangeiros com 50 operações registraram uma queda de 35,1% – responderam por 15,1% dos negócios. Os investimentos alcançaram o montante de R$ 8,1 bilhões (29,5%), o que significa uma queda de 69,8% em relação ao 1ºT2022.

No mês de março/23, foram mapeados 12 negócios realizados por investidores de 6 países.

Os EUA com 6 operações foram os de maior apetite estrangeiro no mês e um investimento estimado em R$ 277 milhões.

Maior transação do mês de março/2023:

Ação do Assaí em follow-on é precificada em R$ 16 e Casino coloca R$ 4 bi no caixa -A oferta subsequente (follow-on) do atacarejo Assaí acaba de quebrar um jejum de ofertas de ações na Bolsa brasileira em 2023 e garantiu um fôlego financeiro ao varejista francês Casino, que embolsou R$ 4,064 bilhões, ao vender 254 milhões de ações, que acabam de ser precificadas em R$ 16.

Megadeals no 1ºT2023 de valor (divulgado) superior a R$ 1,0 bilhão.

• SUPERMERCADOS: A oferta subsequente (follow-on) do atacarejo Assaí garantiu um fôlego financeiro ao varejista francês Casino, que embolsou R$ 4,064 bilhões,.
• PRODUTOS QUÍMICOS E FARMACÊUTICOS: Eurofarma compra colombiana Genfar, da Sanofi, por 299 milhões de euros (R$ 1,65 bilhão)
• PETRÓLEO E GÁS: Energisa vence leilão de privatização da ESGás com oferta de 1,423 bilhão de reais.
• PETRÓLEO E GÁS: Com ativos no Brasil, Seacrest Petroleo conclui IPO e levanta US$ 260 milhões (R$ 1,4 bilhão) na bolsa de Oslo, Noruega
• TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI) Santander Brasil acerta venda de 40% da Webmotors à Carsales por R$1,24 bilhão

Desempenho Setoriais no 1ºT2023

O setor de Tecnologia da Informação registrou o maior volume de transações no período. Foram 129 operacões no montante de R$ 4,9 bilhões.

A maior transação no 1ºT2023 foi o Santander Brasil vendendo 40% da Webmotors à Carsales por R$1,24 bilhão

O segundo lugar foi o setor de Alimentos e Bebidas com maior volume de negócios no 1ºT2023, com 23 operações no montante de R$ 1,6 bilhão.

A maior transação no 1ºT2023 foi a 3G vendendo as ações da RBI, dona do Burger King, e levanta US$ 145 milhões em oferta na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), 2,2 milhões de ações da Restaurant Brands International (RBI), uma holding que controla o Burger King, a rede de cafeterias canadense Tim Hortons e a Popeyes, de fast food de frango.

Em terceiro lugar com maior volume de negócios no 1ºT2023, foi o setor Hospitais Laboratórios & Saúde, com 20 operações no montante de R$ 0,5 bilhão.

Em quarto lugar com maior volume de negócios no 1ºT2023, foi o setor Instituições Financeiras, com negócios e investimentos da ordem de R$ 2,1 bilhões.

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QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ

A pesquisa FUSÕES E AQUISIÇÕES – DESTAQUES DO MÊS tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilacão semanal das notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidos a partir de notícias consideradas confiáveis e de boa-fé publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado” pelo PORTAL FUSÕES & AQUISIÇÕES http://fusoesaquisicoes.com, não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes. Caso o conteúdo estiver em desacordo, nos contate que estaremos retirando o mesmo ou corrigindo a respectiva informação. PORTAL FUSÕES & AQUISIÇÕES.