Fusões e aquisições: 123 transações em julho/24
O mercado brasileiro de fusões & aquisições em julho de 2024 não reage e atinge menor nível em 40 meses.
- No mês de julho foram realizadas 123 transações em 26 setores da economia brasileira, e investimento de R$ 35,5 bilhões. Se comparado com o mesmo mês do ano anterior, as quedas foram de 7,5% no volume e de 14,6% nos investimentos;
- Queda de 0,7% do acumulado dos últimos doze meses, 1.468 operações, comparado com o mesmo período do mês anterior. Já em relação ao acumulado dos 12 meses até jul/23, a redução é de 3,8%. O volume de transações acumuladas nos últimos 12 meses (LTM) em jul/24, chega no seu menor patamar, desde abril/21. São 40 meses.
- Dos 40 setores monitorados 33 realizaram operações nos primeiros sete meses dos dois últimos anos (2023 e 2024), 16 apresentaram crescimento, enquanto 17 setores registraram queda do volume.
- No acumulado do ano, os negócios até R$ 50 milhões registraram queda de 11,8% no volume e de 6,1% nos investimentos. Os Negócios superiores a R$ 50 milhões acusaram crescimento no acumulado do ano de 17,4% no volume e de 40,1% nos investimentos
- Maior transação do mês de julho/2024 foi a operação de privatização da Sabesp: governo levanta R$ 14,8 bi na maior oferta de saneamento da história.
ANÁLISE DO MÊS
Redução da concentração setorial
Os 5 setores mais ativos – TOP 5 – responderam no mês de julho/24 por 63,4% do total das operações, contra 65,4% no mesmo mês do ano passado, reduzindo o grau de concentração dos TOPs 5.
Crescimento de 12,8% do número de operações em relação ao mês anterior
Foram divulgadas com destaque pela imprensa no mês de julho 123 transações em 26 setores da economia brasileira, registrando um crescimento de 12,8 % em relação ao mês anterior (109 operações).
Confrontando com o mesmo mês do ano anterior, constata-se uma queda de 7,5%, quando foram apurados 133 negócios.
Evolução nos últimos 5 anos
No acumulado dos primeiros sete meses de 2024, foram apuradas 803 operações, registrando uma queda de 3,7% se confrontado com o mesmo período de 2023, quando foram realizadas 834 operações.
Maiores apetites x maiores quedas
Setores mais representativos nos primeiros sete meses de 2024.
No gráfico dos setores mais ativos nos primeiros sete meses, além de TI, destacam-se com maior número de negócios Alimentos e Bebidas; Instituições Financeiras; Companhias Energéticas e Imobiliário
Setores de maiores crescimentos e quedas
Dos 40 setores monitorados pelo PORTAL 33 setores realizaram operações nos primeiros sete dos dois últimos anos (2023 e 2024), 16 apresentaram crescimento correspondendo a 48,5% – aumento de 84 negócios, enquanto 17 setores registraram queda do volume, equivalente a 51,5%, ou seja, 115 transações, no comparativo entre os períodos assinalados.
A recuperação de fusões e aquisições em alguns setores já começou. Além do segmento de Shopping Centers, setores como Petróleo e Gás; Imobiliário, Hotéis e Restaurantes; e de Alimentos e Bebidas foram os que mais reagiram.
Dos 17 setores que acusaram maior queda no volume de operações de M&A, em 2024, destacam-se: Hospitais e Laboratórios, Tecnologia das Informação (TI); Serviços para Empresas.
O acumulado do volume de transações dos últimos doze meses continua em queda
Julho registra queda de 0,7% do número de transações de M&A acumuladas nos últimos doze meses, com 1.468 operações, comparativamente com o mesmo período do mês anterior. Já em relação ao mesmo período acumulado do ano anterior – jul/23, a queda é de 3,8%. O mercado de M&A está praticamente estagnado há um ano, depois de uma queda acentuada entre jul/22 a jun/23.
O volume de transações acumuladas nos últimos 12 meses (LTM) em jul/24, chega no seu menor patamar depois de 40 meses – desde abril/21.
No gráfico do acumulado, pode-se inferir ciclos distintos de crescimento e queda do número de transações. Destaca prováveis fatores que mais estão repercutindo nas expectativas de investimentos. E no detalhe: (i) a evolução da série histórica do índice BOVESPA (desempenho das ações negociadas na B3), no mesmo período, (ii) histórico das taxas de juros fixadas pelo Copom (BC) – evolução da meta Selic % a.a. e (iii) a evolução da taxa de câmbio.
Porte das transações por volume e montantes
As 123 transações apuradas no mês de julho alcançaram um total de R$ 35,5 bilhões, com uma queda de 7,5% em relação ao mesmo mês do ano anterior – considerando Valores Divulgados (88,5%) e Não Divulgados/Estimados (11,5%). Em relação ao mês anterior, verifica-se um aumento de 3,8% quando alcançou o montante de R$ 34,2 bilhões.
Quanto aos montantes dos negócios realizados nos primeiros sete meses do ano estima-se o total de R$ 203,4 bilhões, representando um crescimento de 37,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Pequenos continuam cautelosos enquanto os grandes com apetite cada vez maior
No acumulado do ano, os negócios até R$ 50 milhões registraram queda de 11,8% no volume e de 6,1% nos investimentos. Os Negócios superiores a R$ 50 milhões acusaram crescimento no acumulado do ano de 17,4% no volume e de 40,1% nos investimentos
Das 123 transações apuradas no mês, 86 são de porte até R$ 50 milhões – 69,9 % do total e responderam por 3,2 % do seu valor. No acumulado do ano, para este mesmo porte de operações, registraram-se 533 transações representando 66,4% do total e 3,6% do valor. Impactando uma queda de 11,8% no volume e de 6,1 % em valor, comparado com o mesmo período do ano anterior. Mesmo com essas quedas, os investidores continuam se concentrando mais em negócios de menor porte – cerca de 2/3 são desse perfil.
No mês foram 37 operações de porte superior a R$ 50 milhões, com redução de 2,6% em relação ao mês de jul/23, e investimento de R$ 34,4 bilhões, com queda de 14,7%.
Já no acumulado do ano, foram 270 transações e investimento de R$ 196,0 bilhões, significando um crescimento de 17,4% em comparação com o ano passado, quando foram concretizadas 230 operações e movimentaram R$ 139,9 bilhões, representando aumento de 40,1%.
Grandes transações continuam crescendo
Vale destacar o expressivo crescimento de transações de porte acima de R$ 500 milhões, indicando um aumento no acumulado de ano de 50,0%, em volume, com 81 operações contra 54, no mesmo período do ano anterior. Em valores este aumento foi de 47,4%.
Em julho, 12 empresas com ações negociadas no Bolsa realizaram compra ou venda de empresas mas somente 5 operações foram considerados megadeals – acima de R$ 1,0 bilhão.
Onde estão surfando os “megadeals”?
No acumulado do ano foram realizados 42 negócios de porte acima de R$ 1,0 bilhão. Um setor realizou 9 transações: Companhias Energéticas; dois setores realizaram 4 transações cada um: Imobiliário e Petróleo & Gás. Esses 3 setores representaram 40,5% das transações e 31,3% dos investimentos.
Participações das transações – volume & montantes
A mudança estrutural significativa em relação aos primeiros sete meses do ano passado está no fato de as transações de pequeno porte, no intervalo até R$ 50 milhões, reduziu a participação do volume de 72,4% para 66,4%, e no montante dos investimentos, de 5,3% para 3,6%. Enquanto os “megadeals” aumentaram: o volume das operações evoluiu de 4,2% para 5,2%, e o montante dos investimentos, de 68,0% para 68,5%.
Valor médio das transações
Valor médio das transações no acumulado do ano registra crescimento de 43% em relação ao mesmo período do ano passado. O valor médio das transações realizadas no acumulado do ano alcançou R$ 253,3 milhões, contra R$ 177,1 milhões no mesmo período de 2023. Sendo os megadeals foram os que mais aumentaram o ticket médio.
Dinâmica & Origem dos Investidores
Investidores Estratégicos predominando
Os Estratégicos no acumulado do ano tiveram queda de 0,9% no volume em relação ao mesmo período do ano anterior, e em relação aos investimentos registraram um crescimento de 34,2%.
O maior apetite neste mês ficou por conta dos investidores Estratégicos com 83 operações (67,5%), e responderam por 85,5% dos montantes investidos. No acumulado do ano, os Estratégicos, com 552 operações registraram queda de 0,9% em relação ao ano passado. Responderam por 68,7% dos negócios e 75,8% dos investimentos, no montante de R$ 154,1 bilhões, o que significa um crescimento de 34,2% em relação ao mesmo período do ano de 2023.
Investidores Financeiros – queda no volume e crescimento nos investimentos
Os investidores Financeiros tiveram queda de 9,4% no volume e aumento de 50,0% no montante dos investimentos no acumulado do ano.
Realizaram 40 operações no mês de julho num montante de R$ 5,1 bilhões. No acumulado do ano os investidores financeiros alcançaram 251 operações – queda de 9,4% – correspondendo a 31,3% dos negócios e 24,2% dos investimentos, no valor de R$ 49,3 bilhões, representando um aumento do 50,0% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Investidores Nacionais – volume em queda enquanto aumentam os investimentos
Investidores Nacionais mesmo com maior apetite no acumulado do ano, tiveram uma queda no de 3,7% no volume e aumento no montante, de 92,6% .
Os investidores de Capital Nacional foram responsáveis no mês por 105 operações, 85,4%, e investimento da ordem de R$ 32,2 bilhões, correspondendo a 91,0% do total. No acumulado do ano, os nacionais foram responsáveis por 682 operações – queda de 3,7% em relação ao ano anterior, e responderam por 84,9% das operações. O investimento foi da ordem de R$ 144,4 bilhões, o equivalente a 71,0% do total, correspondendo a um crescimento de 92,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Investidores Estrangeiros – queda tanto no volume como em valor
No ano, os Investidores Estrangeiros registraram queda tanto no volume de transações, 4,0%, como no valor dos investimentos, de 18,9%.
Os investidores de Capital Estrangeiro realizaram no mês 18 operações – procedentes de 10 países – 14,6% do total, no montante de R$ 3,2 bilhões – 16,5% do total. No acumulado do ano, os Estrangeiros com 121 operações registraram uma queda de 4,0% – responderam por 15,1% dos negócios. Os investimentos alcançaram o montante de R$ 58,9 bilhões (29,0%), o que significa uma queda de 18,9% em relação ao mesmo período do ano de 2023.
Os EUA com 8 operações (44,4%) foram os de maior apetite estrangeiro no mês de julho e um investimento estimado em R$ 1,2 bilhão (36,5%).
Maior transação do mês de julho/2024
A maior transação com valores divulgados no mês de julho foi a operação de privatização da Sabesp: governo levanta R$ 14,8 bi na maior oferta de saneamento da história – Quase metade do valor (R$ 6,9 bi) veio da Equatorial, que comprou 15% da empresa ao preço de R$ 67 a ação; e o restante, da oferta global, que nesta quinta-feira, 18, atraiu 310 investidores. A privatização da Sabesp, a maior oferta de ações da história do setor de saneamento, movimentou R$ 14,8 bilhões.
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M&A – QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ
A pesquisa FUSÕES E AQUISIÇÕES – TRANSAÇÕES DO MÊS tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilacão diária das notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidos a partir de notícias consideradas confiáveis e de boa-fé publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado” pelo PORTAL FUSÕES & AQUISIÇÕES http://fusoesaquisicoes.com, não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes. Caso o conteúdo estiver em desacordo, nos contate que estaremos retirando o mesmo ou corrigindo a respectiva informação. PORTAL FUSÕES & AQUISIÇÕES