Fusões e aquisições: 124 transações em agosto/24
Em agosto, o Brasil registrou 124 transações de fusões & aquisições, quedas de 13,9% no volume e de 37,2% nos investimentos em relação ao mesmo mês do ano anterior.
- No mês de agosto foram realizadas 124 transações em 22 setores da economia brasileira, e investimento de R$ 31,0 bilhões. Se comparado com o mesmo mês do ano anterior, as quedas foram de 13,9% no volume e de 37,2% nos investimentos;
- Queda de 1,4% do acumulado dos últimos doze meses, 1.448 operações, comparado com o mesmo período do mês anterior. Já em relação ao acumulado dos 12 meses até ago/23, a redução é de 4,0%. O volume de transações acumuladas nos últimos 12 meses (LTM) em ago/24, chega no seu menor patamar, desde abril/21.
- Dos 40 setores monitorados 31 realizaram operações nos primeiros oito meses dos dois últimos anos (2023 e 2024), 14 apresentaram crescimento, enquanto 17 setores registraram queda do volume.
- No acumulado do ano, os negócios até R$ 50 milhões registraram queda de 10,6% no volume e de 8,9% nos investimentos. Os Negócios superiores a R$ 50 milhões acusaram queda no acumulado do ano de 32,7% no volume e de 37,5% nos investimentos
- Maior transação do mês de agosto/2024 foi a operação foi da OPA da Cielo.
ANÁLISE DO MÊS
Redução da concentração setorial
Os 5 setores mais ativos – TOP 5 – responderam no mês de agosto/24 por 65,3% do total das operações, contra 59,7% no mesmo mês do ano passado, aumentando o grau de concentração dos TOPs 5.
Crescimento de 0,8% do número de operações em relação ao mês anterior
Foram divulgadas com destaque pela imprensa no mês de agosto, 124 transações em 22 setores da economia brasileira, registrando um crescimento de 0,8 % em relação ao mês anterior (123 operações).
Confrontando com o mesmo mês do ano anterior, constata-se uma queda de 13,9%, quando foram apurados 144 negócios.
Evolução nos últimos 5 anos
No acumulado dos primeiros oito meses de 2024, foram apuradas 927 operações, registrando uma queda de 5,2% se confrontado com o mesmo período de 2023, quando foram realizadas 978 operações.
Maiores apetites x maiores quedas
Setores mais representativos nos primeiros oito meses de 2024.
No gráfico dos setores mais ativos nos primeiros oito meses, além de TI, destacam-se com maior número de negócios Alimentos e Bebidas; Instituições Financeiras; Companhias Energéticas e Imobiliário.
Setores de maiores crescimentos e quedas
Dos 40 setores monitorados pelo PORTAL 31 setores realizaram operações nos primeiros oito meses dos dois últimos anos (2023 e 2024), 14 apresentaram crescimento correspondendo a 45,2% – aumento de 74 negócios, enquanto 17 setores registraram queda do volume, equivalente a 54,8%, ou seja, 125 transações, no comparativo entre os períodos assinalados.
A recuperação de fusões e aquisições em alguns setores já começou. Além do segmento de Shopping Centers, setores como Petróleo e Gás; Imobiliário, Publicidade e Editoras, e Hotéis e Restaurantes; foram os que mais reagiram.
Dos 17 setores que acusaram maior queda no volume de operações de M&A, em 2024, destacam-se: Hospitais e Laboratórios, Tecnologia das Informação (TI); Transportes; Serviços para Empresas.
O acumulado do volume de transações dos últimos doze meses em queda – menor patamar em 40 meses
Agosto registra queda de 1,4% do número de transações de M&A acumuladas nos últimos doze meses, com 1.448 operações, comparativamente com o mesmo período do mês anterior. Já em relação ao mesmo período acumulado do ano anterior – ago/23, a queda é de 4,0%. O mercado de M&A está andando de lado há um ano, depois de uma queda acentuada entre jul/22 a jun/23.
O volume de transações acumuladas nos últimos 12 meses (LTM) em ago/24, chega no seu menor patamar depois de 40 meses – desde abril/21.
No gráfico do acumulado, pode-se inferir ciclos distintos de crescimento e queda do número de transações. Destaca prováveis fatores que mais estão repercutindo nas expectativas de investimentos. E no detalhe: (i) a evolução da série histórica do índice BOVESPA (desempenho das ações negociadas na B3), no mesmo período, (ii) histórico das taxas de juros fixadas pelo Copom (BC) – evolução da meta Selic % a.a. e (iii) a evolução da taxa de câmbio.
Porte das transações por volume e montantes
As transações apuradas no mês de agosto (124) alcançaram um total de R$ 31,0 bilhões, com uma queda de 37,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior – considerando Valores Divulgados (52,3%) e Não Divulgados/Estimados (47,7%). Em relação ao mês anterior, verifica-se uma queda de 12,6% quando alcançou o montante de R$ 35,5 bilhões.
Quanto aos montantes dos negócios realizados nos primeiros oito meses do ano estima-se o total de R$ 234,4 bilhões, representando um crescimento de 18,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
Pequenos continuam cautelosos enquanto os grandes com apetite cada vez maior
No acumulado do ano, os negócios até R$ 50 milhões registraram queda de 10,6% no volume e de 8,9% nos investimentos. Os Negócios superiores a R$ 50 milhões acusaram queda no acumulado do ano de 32,7% no volume e de 37,5% nos investimentos
Das 124 transações apuradas no mês, 89 são de porte até R$ 50 milhões – 71,8% do total e responderam por 3,3 % do seu valor. No acumulado do ano, para este mesmo porte de operações, registraram-se 622 transações representando 67,1% do total e 3,6% do valor. Impactando uma queda de 10,6% no volume e de 8,9% em valor, comparado com o mesmo período do ano anterior. Mesmo com essas quedas, os investidores continuam se concentrando mais em negócios de menor porte – cerca de 2/3 são desse perfil.
No mês foram 35 operações de porte superior a R$ 50 milhões, com redução de 32,7% em relação ao mês de ago/23, e investimento de R$ 30,0 bilhões, com queda de 37,5%.
Já no acumulado do ano, foram 305 transações e investimento de R$ 226,0 bilhões, significando um crescimento de 8,2% em comparação com o ano passado, quando foram concretizadas 282 operações e movimentaram R$ 187,9 bilhões, representando aumento de 20,3%.
Grandes transações continuam crescendo
Vale destacar o expressivo crescimento de transações de porte acima de R$ 500 milhões, indicando um aumento no acumulado de ano de 32,9%, em volume, com 93 operações contra 70, no mesmo período do ano anterior. Em valores este aumento foi de 32,9%.
Em agosto, 9 empresas com ações negociadas no Bolsa realizaram compra ou venda de empresas mas somente 5 operações foram considerados megadeals – acima de R$ 1,0 bilhão.
Onde estão surfando os “megadeals”?
No acumulado do ano foram realizados 51 negócios de porte acima de R$ 1,0 bilhão. Um setor realizou 10 transações: Companhias Energéticas; dois setores realizaram 5 transações cada um: Imobiliário e Instituições Financeiras; Petróleo & Gás. Dois setores concretizam 4 operações cada: Alimentos e Bebidas e Petróleo e Gás. Esses setores representaram 54,9% das transações.
Participações das transações – volume & montantes
A mudança estrutural significativa em relação aos primeiros oito meses do ano passado está no fato de as transações de pequeno porte, no intervalo até R$ 50 milhões, reduziu a participação do volume de 71,2% para 67,1%, e no montante dos investimentos, de 4,7% para 3,6%. Enquanto os “megadeals” aumentaram: o volume das operações evoluiu de 4,9% para 5,5%, e o montante dos investimentos reduziu de 71,0% para 70,1%.
Valor médio das transações
Valor médio das transações no acumulado do ano registra crescimento de 43,0% em relação ao mesmo período do ano passado. O valor médio das transações realizadas no acumulado do ano alcançou R$ 252,9 milhões, contra R$ 201,5 milhões no mesmo período de 2023. Sendo os megadeals foram os que mais aumentaram o ticket médio.
Dinâmica & Origem dos Investidores
Investidores Estratégicos predominando
Os Estratégicos no acumulado do ano tiveram queda de 4,6% no volume em relação ao mesmo período do ano anterior, e em relação aos investimentos registraram um crescimento de 17,0%.
O maior apetite neste mês ficou por conta dos investidores Estratégicos com 77 operações (62,1%), e responderam por 79,1% dos montantes investidos. No acumulado do ano, os Estratégicos, com 629 operações registraram queda de 4,6% em relação ao ano passado. Responderam por 67,9% dos negócios e 76,2% dos investimentos, no montante de R$ 178,7 bilhões, o que significa um crescimento de 17,0% em relação ao mesmo período do ano de 2023.
Investidores Financeiros – queda no volume e crescimento nos investimentos
Os investidores Financeiros tiveram queda de 6,6% no volume e aumento de 25,6% no montante dos investimentos no acumulado do ano.
Realizaram 47 operações no mês de agosto num montante de R$ 6,5 bilhões. No acumulado do ano os investidores financeiros alcançaram 298 operações – queda de 6,6% – correspondendo a 32,1% dos negócios e 23,8% dos investimentos, no valor de R$ 55,7 bilhões, representando um aumento do 25,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Investidores Nacionais – volume em queda enquanto aumentam os investimentos
Investidores Nacionais mesmo com maior apetite no acumulado do ano, tiveram uma queda no de 5,1% no volume e aumento no montante, de 47,5% .
Os investidores de Capital Nacional foram responsáveis no mês por 105 operações, 84,7%, e investimento da ordem de R$ 20,8 bilhões, correspondendo a 67,0% do total. No acumulado do ano, os nacionais foram responsáveis por 787 operações – queda de 5,1% em relação ao ano anterior, e responderam por 84,9% das operações. O investimento foi da ordem de R$ 165,2 bilhões, o equivalente a 70,5% do total, correspondendo a um crescimento de 47,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Investidores Estrangeiros – queda tanto no volume como em valor
No ano, os Investidores Estrangeiros registraram queda tanto no volume de transações, 6,0%, como no valor dos investimentos, de 18,6%.
Os investidores de Capital Estrangeiro realizaram no mês 19 operações – procedentes de 10 países – 15,3% do total, no montante de R$ 3,5 bilhões – 33,0% do total. No acumulado do ano, os Estrangeiros com 140 operações registraram uma queda de 6,0% – responderam por 15,1% dos negócios. Os investimentos alcançaram o montante de R$ 69,2 bilhões (29,5%), o que significa uma queda de 18,6% em relação ao mesmo período do ano de 2023.
Os EUA com 7 operações foram os de maior apetite estrangeiro no mês de agosto.
Maior transação do mês de agosto/2024
A maior transação com valores divulgados no mês de agosto foi a operacão da OPA da Cielo. Tchau, Bolsa: Controladores da Cielo (CIEL3) compram 736,8 milhões de ações, a R$ 5,82, e poderão fechar capital da empresa – O leilão da oferta pública de aquisição (OPA) da Cielo (CIEL3) movimentou R$ 4,3 bilhões na B3.
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M&A – QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ
A pesquisa FUSÕES E AQUISIÇÕES – TRANSAÇÕES DO MÊS tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilacão diária das notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidos a partir de notícias consideradas confiáveis e de boa-fé publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado” pelo PORTAL FUSÕES & AQUISIÇÕES http://fusoesaquisicoes.com, não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes. Caso o conteúdo estiver em desacordo, nos contate que estaremos retirando o mesmo ou corrigindo a respectiva informação. PORTAL FUSÕES & AQUISIÇÕES