O mercado brasileiro de fusões & aquisições em março de 2022 interrompe crescimento constante dos últimos 20 meses. Os setores de Tecnologia da Informação, Instituições Financeiras e Companhias Energéticas foram os mais ativos e os investidores nacionais predominaram.

  • Queda de 0,3% do acumulado dos últimos doze meses, 1.976 operações, comparado com o mesmo período do mês anterior. Já em relação ao acumulado dos 12 meses até mar/21, o aumento é de 51,8%.
  • No mês de março foram realizadas 154 transações, aumento de 7,7%, em relação ao mês anterior e investimento de R$ 22,0 bilhões. Se comparado com o mesmo mês do ano anterior,  as quedas foram de 3,1% no volume e de 28,4% nos investimentos.
  • No primeiro trimestre do ano, com 438 operações e investimentos de R$ 104,8 bilhões, representa crescimento 20,7% no volume e de redução de 32,3% no valor, em relação ao mesmo período  do ano passado.
  • Tanto o volume como os investimentos das transações do 1ºT22, de porte acima de R$ 500 milhões, foram as que acusaram a maior queda.
  • Os investimentos realizados nas operações de porte até R$ 50 milhões foram os únicos que apresentaram crescimento, de 59,5%.
  • Valor médio das transações no acumulado do 1ºT22 registra queda de 43,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
  • Predomínio dos Investidores Estratégicos com crescimento de 26,9% no volume em relação ao 1ºT do  ano passado e queda de 29,3% nos investimentos.
  • Os investidores Financeiros registraram aumento de 10,7 % no volume e queda de 37,1% no montante dos investimentos no acumulado do ano.
  • Investidores Nacionais com maior apetite no 1ºT22, registraram 361 negócios, um crescimento de 21,5%, e o montante de R$ 78,1 bilhões, com queda de 31,8% .
  • No ano os Investidores Estrangeiros registraram 77 negócios, um crescimento de 16,7%, e redução de 33,8% no valor dos investimentos.
  • Foram mapeados 21 negócios realizados por investidores de 10 países. Os EUA, com 5 operações e investimento da ordem de R$ 1,1 bilhões foi o de maior apetite.
  • Maior transação do mês de março/2022, foi o da Petrobras fechando acordo com CNOOC Petroleum para cessão de 5% no Campo de Búzios. O valor, relativo à parcela da CPBL, a ser recebido à vista pela Petrobras no fechamento da operação, será de US$ 2,12 bilhões.

Insights as a service 

  • O primeiro trimestre de 2022 foi marcado pela invasão da Rússia na Ucrânia. O dólar encerra o trimestre com queda de mais de 14%, maior desvalorização em 13 anos. O Ibovespa registrou alta de 14,48%, aos quase 120 mil pontos. Foi o maior aumento trimestral desde o último trimestre de 2020.
  • Em 2022, empresas cancelam R$ 30 bi em IPOs, que devem voltar só ano que vem – A lista de empresas que desistiram de abrir o capital na B3 não para de crescer. Só em março, mais cinco companhias adiaram os planos de lançar ações.
  • Guerra joga mais incertezas sobre fusões e aquisições – A guerra da Rússia contra Ucrânia já começa a ter reflexos nas operações de fusões e aquisições no país, segundo bancos de investimentos e butiques especializadas.

Máquina de Aquisições

  • Oito aquisições ajudam Viveo a dobrar lucro – Na máquina de M&A que se transformou o setor de saúde recentemente, a Viveo parece saber bem como se beneficiar das compras.

ANÁLISE DO MÊS

Aumentou a concentração setorial

Os 5 setores mais ativos responderam no mês de março/22 por 70,1% do total das operações, contra 76,7% no mesmo mês do ano passado, representando uma reducão do grau de concentração dos TOPs 5M&A Nº de transações

Crescimento de 7,7% do número de operações em relação ao mês anterior.

Foram divulgadas com destaque pela imprensa no mês de março 154 transações em 23 setores da economia brasileira, registrando um crescimento de 7,7% em relação ao mês anterior (143 operações).

Confrontando com o mesmo mês do ano anterior, constata-se uma queda de 3,1%, quando foram apuradas 159 negócios.Evolução nos últimos 5 anos

No acumulado do primeiro trimestre de 2022, apuradas 438 operações, registra um crescimento de 20,7% se confrontado com igual período de 2021, quando foram realizadas 363 operações.

Maiores apetites x maiores quedas.

Setores mais representativos no primeiro trimestre. No gráfico dos setores mais ativos no acumulado do corrente ano, além de TI, destacam-se Outros e Instituições Financeiras.

No acumulado do ano o segmento com maior crescimento no número de transações em relação o mesmo período do ano passado foi o de TI, com um aumento de 17 operações, seguido por Instituições Financeiras e Companhias Energéticas.

Os setores que apresentaram maiores quedas no nº de transações no acumulado do ano, em relação ao mesmo período do ano passado, foram Outros; Educação e Petróleo e Gás e Transportes.

Ligeira queda do acumulado do volume de transações dos últimos doze meses.

O mês de mar/22 interrompe um crescimento constante ao longo dos últimos 20 meses – desde jul/20 – no acumulado do número de transações. Esta última queda ocorreu no apogeu da pandemia entre mar/20 a jun/20.

Março registra queda de 0,3% do número de transações de M&A acumuladas nos últimos doze meses, com 1.976 operações, comparativamente com o mesmo período do mês anterior. Já em relação ao mesmo período acumulado do ano anterior – mar/21, o aumento é de 51,8%.

No gráfico do acumulado, pode-se inferir ciclos distintos de crescimento e queda do número de transações. Destacam-se prováveis fatores que mais estão repercutindo nas expectativas de investimentos. Integra também o gráfico, (i) a evolução da série histórica do índice BOVESPA (desempenho das ações negociadas na B3), no mesmo período, e (ii) a evolução da taxa de câmbio.

A dois ano atrás, março foi marcado como o início da pandemia no Brasil. Os indicadores um ano depois – em março/21, alcançaram números impressionantes de contágios e mortes.
O primeiro trimestre de 2022 foi marcado pela invasão da Rússia na Ucrânia. Dólar encerra 1º trimestre com queda de mais de 14%, maior desvalorização em 13 anos. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, registrou alta de 14,48%, aos quase 120 mil pontos. Este foi o maior aumento trimestral desde o último trimestre de 2020.

Porte das transações

Das 154 transações apuradas no mês, 124 são de porte até R$ 49,9 milhões – 80,5 % do total e responderam por 8,3 % do seu valor. No acumulado do ano, para este mesmo porte de operações, registraram-se 308 transações representando 70,3% do total e 4,5% do valor. E impacta um crescimento de 36,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O volume de transações acumuladas no ano de porte acima de R$ 500 milhões foram as que acusaram a maior queda.

No comparativo das participações das transações no 1º trim./22, permite identificar a variação do volume – percentual – em função do porte, ao longo dos últimos 3 anos.

Trimestral: impacto acentuado

O volume de transações do 1ºT22 sinaliza queda em praticamente todos os intervalos de portes. E se comparar com os últimos 3 trimestres fica mais evidente. E se sobressai a reducão do volume de operações superior a R$ 1,0 bilhão.

Queda de 28,4% do montante dos investimentos em relação ao mesmo mês do ano anterior

Quanto aos montantes dos negócios realizados no mês, estima-se o total de R$ 22,0 bilhões, com uma queda de 28,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior – considerando Valores Divulgados (82,0%) e Não Divulgados/Estimados (18,0%). Em relação ao mês anterior, verifica-se uma queda de 62,2% quando atingiu o montante de R$ 58,3 bilhões.

Redução de 32,3% do montante dos investimentos no acumulado do ano. Quanto aos montantes dos negócios realizados no acumulado do ano estima-se o total de R$ 104,8 bilhões, representando uma queda de 32,3% em relação ao mesmo período de 2021.

Os investimentos realizados nas operações de porte até R$ 50 milhões foram os únicos que apresentaram crescimento – de 59,5%. Já os investimentos das operações acima de R$ 500 milhões tiveram as maiores quedas.

Distribuição dos montantes trimestrais das transações por porte. Vale notar que a queda do volume do 1T22 foi praticamente generalizada em todos os portes, exceto as de até R$ 50 milhões.

No comparativo das participações das transações no 1º trim./22, permite identificar a variação dos investimentos – percentual – em função do porte, ao longo dos últimos 3 anos.

Valor médio das transações

Valor médio das transações no 1ºT22 registra queda de 43,9% em relação ao mesmo período do ano passado. O valor médio das transações realizadas no acumulado do ano alcançou R$239,3 milhões, contra R$ 426,7 milhões no mesmo período de 2021, representando uma reducão de 43,9%.

A queda do valor médio do acumulado do ano ficou por conta das transações de porte superior a R$ 500,0 milhões, comparativamente com o mesmo período do ano anterior.

Dinâmica & Origem dos Investidores

Investidores Estratégicos

Crescimento de 26,9% no volume em relação ao acumulado do ano passado e queda de 29,3% nos investimentos – O maior apetite neste mês ficou por conta dos investidores Estratégicos com 96 operações (62,3%), e responderam por 85,1 % dos montantes investidos. No acumulado do ano, os Estratégicos, com 283 operações tiveram crescimento de 26,9% em relação ao ano passado. Responderam por 64,6 % dos negócios e 85,1% dos investimentos, no montante de R$ 67,0 bilhões, o que significa uma queda de 29,3% em relação ao mesmo período do ano de 2021.

Investidores Financeiros

Os investidores Financeiros cresceram 10,7% no volume e queda de 37,1 % no montante dos investimentos no acumulado do ano. Realizaram 58 operações no mês de março num montante de R$ 3,3 bilhões. No acumulado do ano os investidores financeiros alcançaram 155 operações – crescimento de 10,7% – correspondendo a 35,4% dos negócios e 36,1% dos investimentos, no valor de R$ 37,8 bilhões, representando uma queda de 37,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Investidores Nacionais

Investidores Nacionais com maior apetite no acumulado do ano, crescimento de 21,5% no volume e queda de 31,8% no montante. Os investidores de Capital Nacional foram responsáveis no mês por 133 operações, 86,4%, e investimento da ordem de R$ 9,8 bilhões, correspondendo a 44,4% do total. No acumulado do ano, os nacionais foram responsáveis por 361 operações – crescimento de 21,5% em relação ao ano anterior, e responderam por 82,4% das operações. O investimento foi da ordem de R$ 78,1 bilhões, o equivalente a 74,5% do total, correspondendo a uma queda de 31,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Investidores Estrangeiros

No ano os Investidores Estrangeiros registraram crescimento de 16,7% no volume de transações e reducão de 31,8% no valor dos investimentos. Os investidores de Capital Estrangeiro realizaram no mês 21 operações – 13,6% do total, no montante de R$ 12,2 bilhões – 55,6% do total. No acumulado do ano, os Estrangeiros com 77 operações registraram um crescimento de 16,7% – responderam por 17,6% dos negócios. Os investimentos alcançaram o montante de R$ 26,7 bilhões (25,5%), o que significa uma reducão 33,8% em relação ao mesmo período do ano de 2021. Importante mencionar que as informações disponíveis sobre os investimentos em relação aos IPOs, na B3, são tratados como de capitais nacionais na data da divulgacão deste relatório. Quanto a aportes de investimentos conjuntos de vários fundos de Private Equity, considera-se a nacionalidade do líder do bloco.

No mês de março/22, foram mapeados 21 negócios realizados por investidores de 10 países.

Os EUA com 5 operações foram os de maior apetite estrangeiro no mês e um investimento estimado em R$ 1,1 bilhões.

Maior transação do mês de março/2022: Petrobras fecha acordo com CNOOC Petroleum para cessão de 5% no Campo de Búzios – A Petrobras informou por meio de fato relevante, que assinou contrato com a CNOOC Petroleum, referente à cessão de 5% de sua participação no Contrato de Partilha de Produção do Volume Excedente da Cessão Onerosa, para o Campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. O valor, relativo à parcela da CPBL, a ser recebido à vista pela Petrobras no fechamento da operação, será de US$ 2,12 bilhões.

QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ

A pesquisa FUSÕES E AQUISIÇÕES – DESTAQUES DO MÊS tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilacão semanal das notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidos a partir de notícias consideradas confiáveis e de boa-fé publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado” pelo PORTAL FUSÕES & AQUISIÇÕES http://fusoesaquisicoes.com, não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes. Caso o conteúdo estiver em desacordo, nos contate que estaremos retirando o mesmo ou corrigindo a respectiva informação. PORTAL FUSÕES & AQUISIÇÕES.