O mercado brasileiro de fusões & aquisições em junho de 2021 imprimiu um ritmo maior de crescimento, agora de três dígitos. Comparando com o mesmo mês do ano passado, o crescimento foi de 113,7% no volume e de 361,0% nos investimentos.

  • Os setores de Tecnologia da Informação; Instituições Financeiras; e Hospitais e Laboratórios De Análises Clínicas Saúde foram os mais ativos;
  • Os investidores nacionais predominaram;
  • No mês de junho foram realizadas 156 transações, crescimento de 113,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior e investimento de R$ 80,5 bilhões com um crescimento de 361,0%
  • O 1º semestre, com 812 operações, representa crescimento 98,0% no volume e um investimentos de R$ 353,0 bilhões correspondendo a aumento de 229,8% em relação ao mesmo período do ano passado;
  • Crescimento de 54,4% do acumulado dos últimos doze meses, 1.553 operações, comparado com o acumulado de um ano atrás;
  • Os investimentos realizados nas operações de porte superior a R$ 1,0 bilhão foram os que apresentaram o maior crescimento, de 281,1%, seguido pelos investimentos nos negócios de porte entre R$ 500 milhões e R$ 1,0 bilhão, que cresceram, 179,6%;
  • Valor médio das transações no acumulado do ano registra crescimento de 66,5% em relação ao mesmo período do ano passado;
  • Predomínio dos Investidores Estratégicos com crescimento de 90,9% no volume em relação ao acumulado do ano passado e crescimento de 291,3% nos investimentos;
  • Os investidores Financeiros registraram aumento de 111,0% no volume e crescimento de 167,2% no montante dos investimentos no acumulado do ano;
  • Investidores Nacionais com maior apetite no acumulado do ano, registraram 680 negócios, um crescimento de 113,8%, e o montante de R$ 277,6 bilhões, aumento de 249,5%;
  • No ano os Investidores Estrangeiros registraram 132 negócios, um crescimento de 43,5%, e aumento de 173,0% no valor dos investimentos;
  • Foram mapeados 21 negócios realizados por investidores de 7 países. Os EUA, com 11 operações e investimento da ordem de R$ 17,5 bilhões foi o de maior apetite;
  • Maior transação do mês de junho/2021 – (i) Petrobras levanta R$11,36 bi com venda de fatia na BR Distribuidora; (ii) JPMorgan comprando 40% do C6 por R$ 10 bilhões;
  • Maior negócio no primeiro semestre de 202, foi a transação Hapvida e Intermédica chegam a acordo; fusão cria gigante de R$ 110 bilhões.

ANÁLISE DO MÊS

Grau de concentração setorial

Os 5 setores mais ativos – TOP 5 – responderam no mês de junho/21 por 76,3% do total das operações, contra 80,8% no mesmo mês do ano passado, representando uma queda da participação dos 5 mais expressivos setores no processo de M&A

 

Crescimento de 12,2% do número de operações em relação ao mês anterior.

Foram divulgadas com destaque pela imprensa no mês de junho 156 transações em 21 setores da economia brasileira, registrando um crescimento de 12,2% em relação ao mês anterior ( 139 operações).

Confrontando com o mesmo mês do ano anterior, constata-se um crescimento de 113,7%, quando foram apuradas 73 negócios.

Evolução nos últimos 5 anos

No acumulado do 1º semestre de 2021, apuradas 812 operações, registra um crescimento de 98,0% se confrontado com igual período de 2020, quando foram realizadas 410 operações

Maiores apetites x maiores quedas.

Setores mais representativos no primeiro semestre do ano. No gráfico dos setores mais ativos no acumulado do corrente ano, além de TI, destacam-se Instituições Financeiras e Hospitais e Laboratórios de Análises Clínicas.
Na sua maioria dobraram o volume de negócios em relação ao ano passado.

No acumulado do ano o segmento com maior crescimento no número de transações em relação o mesmo período do ano passado foi o de TI, com um aumento de 197 operações, seguido por Instituições Financeiras e Telecomunicações e Mídia.

Os setores que apresentaram maiores quedas no nº de transações no acumulado do ano, em relação ao mesmo período do ano passado, foram Imobiliário, Hotéis e Restaurantes e Serviços Públicos, com redução de 13, 7 e 4 respectivamente.

Crescimento do acumulado do volume de transações dos últimos doze meses.

Crescimento constante no acumulado do número de transações. Por conta do Covid-19, que estabeleceu incertezas e pessimismos durante os meses de março e abril/20, a retomada do crescimento do número de transações já ocorreu em jun/20, de forma regular e significativa.

Junho/21 registra crescimento de 5,6% do número de transações de M&A acumuladas nos últimos doze meses, com 1.553 operações, comparativamente com o mesmo período do mês anterior. Já em relação ao mesmo período acumulado do ano anterior – jun/20, o aumento é de 54,4%.

No gráfico do acumulado, pode-se inferir ciclos distintos de crescimento e queda do número de transações. Destacam-se prováveis fatores que mais estão repercutindo nas expectativas de investimentos. Há 15 meses, março/20, foi marcado como o início da pandemia no Brasil, refletindo de forma significativa na economia brasileira. Integra também o gráfico, (i) a evolução da série histórica do índice BOVESPA (desempenho das ações negociadas na B3), no mesmo período, e (ii) a evolução da taxa de câmbio.

Porte das transações

Das 156 transações apuradas no mês, 81 são de porte até R$ 49,9 milhões – 51,9 % do total e responderam por 1,4 % do seu valor. No acumulado do ano, para este mesmo porte de operações, registraram-se 467 transações representando 57,5% do total e 1,8% do valor. E impacta um crescimento de 82,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O volume de transações acumuladas no ano de porte acima de R$ 1,0 bilhão, com 84 negócios, foi o que mais cresceu em número de operações, 211,1%.
A turbulência não reduziu o apetite dos investidores e especialmente para os maiores negócios o crescimento percentual está sendo o dobro dos menores, neste 1º semestre.

Trimestral: impacto acentuado

O volume de negócios do 2ª trimestre/21, revela um crescimento de 23,7% em relação ao trimestre anterior. E na segmentação por parte, os maiores negócios, acima de R$ 1,0 bilhão, foram os que mais cresceram, 62,5%, neste 2º trim./21.

Crescimento de 113,3% em junho, do montante dos investimentos em relação ao mês anterior.

Quanto aos montantes dos negócios realizados no mês, estima-se o total de R$ 80,5 bilhões ( só perde para fev/21), com um crescimento de 361,0% em relação ao mesmo mês do ano anterior – considerando Valores Divulgados (87,0%) e Não Divulgados/Estimados (13,0%). Em relação ao mês anterior – maio, verifica-se um crescimento de 113,3% quando atingiu o montante de R$ 37,8 bilhões.

Crescimento de 229,8% do montante dos investimentos no acumulado do ano.
Quanto aos montantes dos negócios realizados no acumulado do ano estima-se o total de R$ 353,0 bilhões, representando um crescimento 229,8% em relação ao mesmo período de 2020.

Os investimentos realizados nas operações de porte superior a R$ 1,0 bilhão foram os que apresentaram o maior crescimento, de 281,1%, seguido pelos investimentos nos negócios de porte entre R$ 500 milhões e R$ 1,0 bilhão, que cresceram, 179,6%

Distribuição do montantes das transações por porte – trimestral.

Os investimentos realizados no 2ª trimestre/21, revela um crescimento de 27,9% em relação ao trimestre anterior. E na segmentação por porte, os negócios no intervalo de R$ 50 a 500 milhões, foram os que mais cresceram, 113,2%.

Valor médio das transações

Valor médio das transações no acumulado do ano registra crescimento de 66,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

O valor médio das transações realizadas no acumulado do ano alcançou R$ 434,7 milhões, contra R$ 261,1 milhões no mesmo período de 2020, representando um crescimento de 66,5%.
Por sua vez, o valor médio dos negócios até R$ 500 milhões tiveram queda neste ano. E o valor médio que mais cresceu foi dos negócios acidade R$ 1,0 bilhão.

Predomínio dos Investidores Estratégicos

cresceram 131,2% no volume em relação ao acumulado do ano passado e de 336,1% nos investimentos –

O maior apetite neste mês ficou por conta dos investidores Estratégicos com 95 operações equivalente a 60,9%, e responderam por 56,8 % dos montantes investidos. No acumulado do ano, os Estratégicos, com 504 operações tiveram crescimento de 90,9% em relação ao ano passado, e responderam por 62,1% dos negócios e 59,8% dos investimentos, no montante de R$ 211,3 bilhões, o que significa um crescimento de 291,3%% em relação ao mesmo período do ano de 2020.

Os investidores Financeiros cresceram 111,0% no volume e de 167,2% no montante dos investimentos no acumulado do ano. Realizaram 61 operações no mês de junho num montante de R$ 34,8 bilhões. No acumulado do ano os investidores financeiros alcançaram 308 operações – crescimento de 111,0% – correspondendo a 37,9% dos negócios e 40,2% dos investimentos, no valor de R$ 141,7 bilhões, representando um crescimento de 167,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Investidores Nacionais com maior apetite

Investidores Nacionais com maior apetite no acumulado do ano, crescimento tanto no volume, de 113,8%, como no montante, de 249,5% . Os investidores de Capital Nacional foram responsáveis no mês por 135 operações, 86,5%, e investimento da ordem de R$ 57,9 bilhões, correspondendo a 71,9% do total. No acumulado do ano, os nacionais foram responsáveis por 680 operações – crescimento de 113,8% em relação ao ano anterior, e responderam por 83,7% das operações. O investimento foi da ordem de R$ 277,6 bilhões, o equivalente a 78,6% do total, correspondendo a um crescimento de 249,5 % em relação ao mesmo período do ano anterior.

No ano os Investidores Estrangeiros registraram crescimento de 43,5% no volume de transações e 173,0% no valor dos investimentos. Os investidores de Capital Estrangeiro realizaram no mês, 21 operações – 13,5% do total, no montante de R$ 22,7 bilhões – 28,1% do total. No acumulado do ano, os Estrangeiros com 132 operações registraram um crescimento de 43,5% – responderam por 16,3% dos negócios. Os investimentos alcançaram o montante de R$ 75,5 bilhões (21,4%), o que significa um crescimento de 173,0% em relação ao mesmo período do ano de 2020. Importante mencionar que as informações disponíveis sobre os investimentos em relação aos IPOs, na B3, são tratados como de capitais nacionais na data da divulgacão deste relatório. Quanto a aportes de investimentos conjuntos de vários fundos de Private Equity, considera-se a nacionalidade do líder do bloco.

Maiores investimentos setoriais no 1ª sem/21

– Outros; Instituições Financeiras; Tecnologia da Informação; Petróleo e Gás; e Meio Ambiente foram os de maior expressão entre os investimentos realizados em 2021, no cômputo total dos investimentos – R$ 353,0 bilhões. As TOP’s 5 acima representaram 57,0% dos valores e 62,6% do volume de negócios.

No mês de junho/21, foram mapeados 21 negócios realizados por investidores de 7 países.

Os EUA com 11 operações foram os de maior apetite estrangeiro no mês e um investimento estimado em R$ 17,5 bilhões.

Maior transação do mês de junho/2021

  • Petrobras levanta R$11,36 bi com venda de fatia na BR Distribuidora A Petrobras informou na noite de quarta-feira que levantou 11,36 bilhões de reais com a venda de sua participação na BR Distribuidora, no que representa a maior oferta de ações do ano no Brasil. A petroleira vendeu toda a sua fatia remanescente de 37,5% …
  • Cabe mencionar a transação do JPMorgan comprando 40% do C6 por R$ 10 bi O banco americano JPMorgan Chase a compra de uma participação de 40% do banco digital C6 Bank, fundado em 2019 por ex-sócios do BTG Pactual.….

Maiores negócios no primeiro semestre de 2021

Distribuição da participação das maiores transações com valores divulgados

  • 1º Hapvida e Intermédica chegam a acordo; fusão cria gigante de R$ 110 bi A Hapvida e a Notredame Intermédica chegaram a um acordo para fundir suas operações, juntando dois gigantes regionais verticalizados de saúde para criar uma companhia nacional com valor de mercado de cerca de R$ 110 bilhões.…fev/2021
  • 2º Petrobras levanta R$11,36 bi com venda de fatia na BR Distribuidora A Petrobras informou que levantou 11,36 bilhões de reais com a venda de sua participação na BR Distribuidora, no que representa a maior oferta de ações do ano no Brasil. A petroleira vendeu toda a sua fatia remanescente de 37,5% …jun/21
  • 3º JPMorgan compra 40% do C6 por R$ 10 bi O banco americano JPMorgan Chase anunciou a compra de uma participação de 40% do banco digital C6 Bank, fundado em 2019 por ex-sócios do BTG Pactual. Trata-se de mais um capítulo na “guerra” pela liderança dos bancos digitais no Brasil, em um campo cada vez mais disputado….jun/21
  • 4º O Mubadala Capital venceu disputa pela Refinaria Landulpho Alves (Rlam), da Petrobras, na Bahia, com uma oferta de 1,65 bilhão de dólares, (cerca de R$ 8,87 bilhões) comunicou a estatal em fato relevante nesta segunda-feira…fev/21
  • 5º Consórcio Aegea fica com Bloco 1 do leilão da Cedae com lance de R$ 8,2 bi.. abr/21
  • 6º Carrefour adquire Grupo Big Brasil por R$ 7,5 bilhões O Carrefour Brasil (CRFB3) celebrou acordo para aquisição da totalidade do Grupo BIG Brasil pelo montante total de R$ 7,5 bilhões.
  • 7º Consórcio Iguá fica com Bloco 2 do leilão da Cedae com oferta de R$ 7,3 bi .. abr/21
  • 8º Consórcio da Aegea leva leilão de bloco 4 da Cedae com lance de R$ 7,2 bi .. abr/219º Banco Inter em um disputado follow on capta R$ 5,5 bi e traz Stone para a base de acionistas.. jun/21
  • 10º A CSN Mineração precificou sua oferta inicial de ações movimentando 5,5 bilhões de reais… fev/21

QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ

A pesquisa FUSÕES E AQUISIÇÕES – DESTAQUES DO MÊS tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilacão semanal das notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidas a partir de notícias publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado” pelo PORTAL FUSÕES & AQUISIÇÕES http://fusoesaquisicoes.com, não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes. Eventualmente podem ocorrer alterações nos dados estatísticos em razão de notícias mais recentes sobre detalhes da transação. Caso o conteúdo estiver em desacordo, nos contate que estaremos retirando o mesmo ou corrigindo a respectiva informação. PORTAL FUSÕES & AQUISIÇÕES.