Compras que podem ser feitas do sofá da sala ou enquanto se toma o café da manhã; cupons de descontos válidos para compras online, ferramentas de comparação de preços, cashbacks com condições especiais para compras via aplicativos e produtos entregues no mesmo dia ou em poucas horas. E tudo isso, feito com apenas um clique e na palma da sua mão. Essas e outras comodidades já faziam parte de um ciclo de transformação digital do varejo nos últimos anos. Com a pandemia, percebemos que essas opções passaram a definir o sucesso ou fracasso dos negócios do setor.

Neste contexto, a mudança de hábito dos consumidores em relação ao e-commerce, que bateu recorde de vendas no primeiro semestre de 2021 e atingiu R$ 53,4 bilhões em faturamento, segundo dados de uma pesquisa elaborada pela consultoria Ebit Nielsen, também deflagrou a consolidação do processo de M&A (do inglês Mergers and Acquisitions, que em português significa fusões e aquisições) no varejo. Só nos três primeiros meses do ano foram 8 fusões e aquisições no setor. De acordo com os dados da KPMG, esse número representa um salto de 300% na comparação com o mesmo período do ano passado.

A tendência é que o movimento de fusões e aquisições do varejo se mantenha, impulsionado pelo crescimento exponencial do comércio eletrônico. Mas essa onda de M&A vai obrigar os varejistas a pensar com mais afinco no seguinte desafio: se hoje o poder está nas mãos dos consumidores, como oferecer uma experiência de e-commerce excepcional para eles com um modelo de logística ultrapassado? As chances de fracassar são enormes. Por isso, listo abaixo três passos que considero essenciais para as companhias darem um salto rumo à modernização da sua operação logística.

Escalar a digitalização

As exigências dos consumidores impulsionam nas empresas uma busca maior por tecnologia para conseguir atender as necessidades dos seus clientes. O uso intensivo do big data, de análises preditivas e inteligência artificial se tornaram a última fronteira da logística para atingir o objetivo de escalar a digitalização.

Ao fazer uso do big data, por exemplo, os gestores logísticos conseguem expandir o controle sobre a cadeia de suprimentos, otimizar serviços operacionais, aumentar a precisão na entrega de seus produtos, além de ter acesso rápido, e em tempo real, de todas as informações relacionadas ao processo logístico.

Assertividade na gestão do armazém

Centros de distribuição não podem ser encarados como custos para as empresas, e sim vantagens competitivas. Mas para que essa transformação ocorra é necessário investir em soluções para aumentar o controle sobre a rastreabilidade de cada item, ou seja, uma gestão eficiente de cada etapa percorrida pelos produtos, desde a manufatura, passando pela armazenagem, até a separação das peças.

Com o suporte da tecnologia, o gestor terá ganhos de produtividade na sua operação e poderá reduzir o estoque do armazém em até 10 dias. De nada adianta querer reduzir o lead time (tempo entre o momento do pedido do cliente até a chegada do produto a ele) de entrega se o estoque está cheio.

Cadeia de suprimentos conectada

As empresas devem trabalhar em sinergia para atender às necessidades dos clientes em um mercado em constante mudança. Portanto, criar uma conexão com toda a cadeia de suprimentos representa, na prática, ligar fornecedores, parceiros e clientes em um único ecossistema que permite compartilhar informações em tempo real ao longo de toda a cadeia, tornando todos os processos mais ágeis à medida que os dados podem ser compartilhados e verificadas a todo instante.

Se reinventar é a palavra de ordem para sobrevivência de qualquer empresa. No caso das redes varejistas, aprimorar os processos logísticos é fundamental para se manter competitivas nessa nova configuração que está sendo desenvolvida pelo varejo. Não basta mais ter um bom produto, é preciso compreender que os consumidores estão mais exigentes e criando expectativas cada vez mais altas.  Por Waldir Bertolino, Country Manager da Infor no Brasil Leia mais em segs 23/09/2021