A indústria de embalagens deve manter em 2022 o ritmo de expansão de capacidade e fusões e aquisições (F&A) verificado nos últimos dois anos. Após a recente chegada da CMPC chilena a este mercado brasileiro por meio da compra dos ativos industriais e florestais da Iguaçu Celulose Papel, o apetite dos grupos estrangeiros por operações locais continua elevado e novos investimentos devem ser revelados.

Besides foreign companies, private equity funds have been studying Brazilian assets linked to the packaging industry, said Alexandre Pierantoni, head of Brazil corporate finance at Duff & Phelps, A Kroll Business. At the moment, the consultancy has two to three mandates to sell in the country, and uncertainties about the growth of the domestic economy have not taken the interest of potential buyers away.

“Eles estão olhando para [embalagens] flexíveis, rígidas e onduladas. Há uma oportunidade de aquisição em todos os segmentos porque muitas empresas ainda são familiares e precisam investir para crescer ”, disse Pierantoni.

Há alguns meses, Duff & Phelps assessorou a italiana Gualapack na compra da brasileira Teruel Embalagens – Papéis Amália, empresa familiar fundada há mais de 50 anos, especializada em impressão flexográfica em filmes flexíveis.

Fusões e compras para impulsionar o setor de embalagens

Na semana passada, a CMPC acertou a compra de três fábricas e florestas da paranaense Iguaçu Celulose Papel por R $ 946 milhões, incluindo dívidas. Com isso, a empresa chilena entrou no mercado local de embalagens como a segunda maior fornecedora de sacolas de papel, atrás apenas da Klabin.

Grandes empresas locais também estão monitorando oportunidades nesse mercado, que deve continuar em trajetória de consolidação, e investindo em capacidade. Em embalagens de papel, além do recente anúncio da CMPC, a Klabin comprou no ano passado os ativos da International Paper nesse ramo, consolidando sua liderança no mercado brasileiro de embalagens de papelão ondulado, com 24% de participação.

A empresa brasileira, que investe R $ 12,9 bilhões no Paraná para expandir sua produção de papéis para embalagens, é vista pelo mercado como uma forte candidata a novos investimentos ou aquisições.

Segundo Pierantoni, os potenciais compradores de ativos brasileiros têm demonstrado interesse principalmente por nichos de mercado e produtos de maior valor agregado, como embalagens utilizadas na indústria farmacêutica. “As commodities continuam a ser importantes, mas os nichos de mercado crescem mais”, disse ele.

Gabriella Michelucci, chefe da Associação Brasileira de Embalagem de Papel (Empapel), disse que os clientes do setor buscam cada vez mais embalagens inteligentes, mais leves e racionalizadas. “Espera-se que isso seja um grande avanço até 2022”, disse ela.

Ao mesmo tempo, a embalagem não é mais vista apenas como meio de transporte do produto. Também está assumindo um papel mais ativo na experiência do consumidor. Mais cores e designs e melhor identificação da marca são tendências fortes, acrescentou Michelucci. A previsão inicial para 2022 é de expansão de 1,3% a 1,4% nos embarques de chapas, caixas e acessórios de papelão no país, considerando uma projeção de crescimento do PIB de 1,2%.

As fusões e aquisições estão em geral aquecidas no país, disse Pierantoni. Levantamento da Duff & Phelps mostra que 1.455 negócios foram assinados entre janeiro e novembro, um aumento de 52% ano a ano, e também um número superior ao verificado em todo o ano de 2020, de 1.100 negócios. Novembro foi o terceiro mês mais movimentado deste ano, com 150 negócios.

“Quem conhece o Brasil vai continuar investindo. Os riscos, até mesmo a situação política, já estão precificados ”, disse Pierantoni. De acordo com levantamento da consultoria, em novembro, investidores financeiros, como fundos de venture capital e private equity, estiveram presentes em 42% dos negócios anunciados no Brasil…Leia mais em O Petróleo 24/12/2021